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    “A classe dominante está trabalhando pela anistia do inelegível,” diz Genoino

    Genoino denuncia a normalização do fascismo no Brasil, criticando a omissão de instituições e o espaço dado a Bolsonaro na imprensa

    (Foto: ABR)

    247 – O ex-presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou, em entrevista ao programa Bom Dia 247, que a classe dominante no Brasil está articulando uma campanha para legitimar uma possível anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros envolvidos em ações antidemocráticas. Ele também criticou a publicação de artigos assinados por Bolsonaro em veículos de imprensa, como a Folha de S.Paulo.“Por que a Folha de S.Paulo publica o artigo do inelegível dois dias antes do atentado em Brasília e acha que isso é democracia? É a classe dominante, os liberais, legitimando esse tipo de política, desde que o alvo seja enfraquecer o governo Lula e atacar um ministro do Supremo que está conduzindo as investigações”, afirmou Genoino.

    Ele argumentou que os atos de violência política, como o atentado frustrado ao Supremo Tribunal Federal (STF), não são casos isolados. “Tentar diminuir a dimensão do fato, como se fosse obra de um louco ou suicida, é não entender que essa criminalidade espalhada no país faz parte de um sistema. Ela é a base da extrema direita fascista, que tem líderes, pregadores e que legitimaram esse tipo de ação”, analisou.

    Genoino destacou que a impunidade e a omissão de instituições alimentam esse contexto. “Estamos há dois anos sem que a Procuradoria-Geral da República tenha apresentado denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra os chefes da intentona golpista. Isso estimula a continuidade desse processo de impunidade”, disse.

    Ao comentar o atentado contra o STF, ele enfatizou: “Jogaram uma bomba no Supremo Tribunal Federal e na Câmara dos Deputados. O executor morreu, mas é um erro tratá-lo como um louco isolado. Ele foi alimentado por discursos da extrema direita.”

    Sobre o papel das instituições e das elites políticas, Genoino fez duras críticas à condução do Senado Federal. “No dia do atentado, enquanto a segurança pública enfrentava essa ameaça, o Senado continuou funcionando como se nada tivesse acontecido. Isso mostra a omissão da velha direita liberal, que convive com a extrema direita em vez de enfrentá-la.”

    Ele também alertou para o risco de normalizar a violência política e criticou a morosidade em tomar medidas efetivas. “A pregação do Bolsonaro incentivou essas ações. Espalharam o vento e estão colhendo tempestades. É preciso responsabilizar quem legitima e estimula esse tipo de ação”, concluiu.

    Genoino reforçou a necessidade de criar uma estrutura nacional para enfrentar essas ameaças. “A segurança pública no Brasil precisa ser reorganizada com uma força nacional de segurança civil, capaz de atuar em áreas críticas, portos e fronteiras. Não podemos continuar tratando isso de forma fragmentada e reativa”, afirmou. Assista: 

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