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    "Temos que enfrentar o crime com uma política de segurança preventiva e coordenada", diz José Genoino

    José Genuíno defende sistema unificado de segurança pública e critica falta de integração entre governos estaduais e federal

    (Foto: Agencia Camara)
    Dafne Ashton avatar
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    247 - Em entrevista no programa Conversa de Política da TV 247, o ex-presidente do PT e deputado constituinte José Genuíno destacou a necessidade urgente de uma política de segurança pública mais coordenada e integrada no Brasil. Conversando com a jornalista Dafne Ashton, Genuíno abordou os problemas da fragmentação dos sistemas de segurança no país e a importância de ações preventivas, que incluam desde inteligência conjunta até um sistema unificado de gestão e resposta rápida.

    "Temos que enfrentar o crime com uma política de segurança preventiva e coordenada", afirmou, pontuando a ausência de cooperação eficaz entre o governo federal e os estados, o que, segundo ele, contribui para a incapacidade de responder a ameaças do crime organizado. Como exemplo, Genuíno citou o recente ataque ao aeroporto de Guarulhos, um ato de violência sofisticado que evidenciou o despreparo das forças de segurança para lidar com operações criminosas de alta complexidade. "Esses atentados não respeitam fronteiras estaduais. Eles exigem uma resposta nacional", ressaltou.

    O ex-deputado defendeu a criação de um sistema único de segurança pública, além de uma Guarda Nacional que atuaria na proteção de áreas estratégicas como fronteiras, portos e aeroportos. "Precisamos de uma inteligência integrada e de uma pronta resposta, que vá além da repressão indiscriminada", explicou Genuíno, destacando que ações policiais que priorizam a força bruta, sem planejamento ou foco, tendem a se voltar contra a população civil, agravando a situação da segurança pública.

    A entrevista também trouxe uma análise crítica sobre a falta de critérios e valores na segurança pública atual, que, para Genuíno, ainda opera sob uma "visão pequena e antiquada" de autoridade e poder. Ele propôs uma reforma na formação policial, argumentando que tanto as polícias civis quanto as militares devem seguir um padrão nacional de capacitação, com valorização da carreira e fortalecimento das práticas de inteligência.

    Genuíno foi enfático ao alertar que a ausência de um sistema de segurança unificado pode facilitar o surgimento de "estados paralelos" no país, com o crime organizado assumindo controle de áreas inteiras, como acontece em algumas regiões do Rio de Janeiro e em outras cidades onde milícias e facções atuam com impunidade. Ele mencionou ainda exemplos internacionais para ilustrar os riscos dessa falta de integração, como a crescente influência de cartéis no México e de grupos paramilitares em países da América Central.

    Na opinião de Genuíno, a segurança pública no Brasil precisa de uma abordagem que vá além da simples repressão. Para ele, um modelo eficiente deve unir prevenção, inteligência e a colaboração entre todas as esferas de governo. "Não podemos enfrentar o crime organizado andando a passos lentos enquanto eles avançam com a velocidade de um míssil", concluiu, reafirmando que a segurança no país só se fortalecerá com uma reforma estruturante e integrada, que priorize a proteção do cidadão e respeite os direitos humanos.

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