“A esquerda não deve terceirizar a luta política para o Judiciário. Até porque não vai dar certo", diz Rui Costa Pimenta
Presidente do PCO afirma que o bolsonarismo pode sair fortalecido, assim como ocorreu com Donald Trump
247 – Em sua entrevista semanal à TV 247 nesta sexta-feira (22), Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, abordou temas de relevância global e nacional. O encontro tratou desde os desdobramentos da guerra na Ucrânia até as recentes movimentações do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo Jair Bolsonaro. Rui destacou a gravidade da atual conjuntura internacional, com foco na escalada militar entre Rússia e Ucrânia e o papel dos Estados Unidos. Ele afirmou que o conflito já adquiriu contornos de uma "guerra global". Segundo Rui, "o presidente Vladimir Putin parece estar tentando evitar uma escalada, mas a política do imperialismo não é de apaziguar, e sim de escalar o conflito". Ele comparou a situação à tensão entre Irã e Israel, que frequentemente gera respostas moderadas seguidas de reações mais contundentes. Para o líder do PCO, o perigo de um confronto mais abrangente é real e iminente. "Estamos virtualmente numa situação de guerra mundial. Basta uma faísca para que algo de proporções globais aconteça", alertou.
No plano doméstico, Rui comentou o indiciamento de Jair Bolsonaro e o papel do ministro Alexandre de Moraes como instrutor do processo que investiga tramas golpistas envolvendo o ex-presidente. Ele classificou o cenário como "bizarro". "É a coisa mais anormal do mundo que a vítima do crime seja também o juiz da ação", declarou.
Rui expressou preocupação com o uso do Judiciário para resolver disputas políticas, afirmando que isso desmoraliza a esquerda e fortalece setores reacionários. "A esquerda precisa parar de terceirizar a luta política para o Judiciário. Isso é perigoso e só reforça a extrema-direita", destacou. “E também não vai dar certo. Basta olhar para os Estados Unidos, onde Donald Trump acaba de se eleger".
O papel do Brasil no cenário internacional
Outro ponto levantado foi a atuação do presidente Lula no G20 e em negociações internacionais, como os acordos com a China. Rui classificou o G20 como "uma entidade falida" e questionou a eficácia das alianças promovidas pelo Brasil. "Lula aparece como uma liderança mundial, mas liderança do quê exatamente?", indagou.
Apesar disso, ele reconheceu os avanços econômicos do governo, mencionando a redução da taxa de desemprego no Brasil para 6,4%, a menor da série histórica. "Há méritos no que o governo Lula tem feito, mas ainda há muito a melhorar", ponderou.
Rui também analisou os possíveis desdobramentos políticos para 2026, caso Bolsonaro seja impedido de concorrer. Ele apontou nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e Michele Bolsonaro como possíveis herdeiros políticos da extrema-direita. Sobre Michele, Rui afirmou: "Ela é articulada, ideologicamente sólida e representa a extrema-direita de maneira mais orgânica."
Rui Costa Pimenta reiterou a necessidade de uma postura independente da esquerda diante das movimentações judiciais e do cenário político internacional. A entrevista completa pode ser conferida no canal da TV 247 no YouTube. Assista:
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