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    "A mudança para o semipresidencialismo seria um golpe contra a democracia", diz Breno Altman

    Jornalista critica articulação do Congresso e questiona apoio do PT a Hugo Motta na Câmara

    (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados | Divulgação )
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    247 - O jornalista Breno Altman classificou a proposta de adoção do semipresidencialismo no Brasil como um “golpe contra a democracia” e alertou que a iniciativa tem como objetivo enfraquecer a soberania popular. A declaração foi feita durante sua participação no programa Bom Dia 247, onde ele analisou as movimentações do Congresso Nacional e a recente eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados.

    “A mudança de regime político é um golpe contra a democracia, uma tentativa de fazer com que as oligarquias controlem o Estado de maneira absoluta”, afirmou Altman. Ele explicou que a proposta de semipresidencialismo enfraquece o Poder Executivo e transfere para o Congresso a prerrogativa de definir quem governa o país. "O semipresidencialismo é um parlamentarismo envernizado. Você até votaria para presidente da República, como acontece em Portugal, mas ele não teria poder de governo", destacou.

    Altman lembrou que, historicamente, a direita brasileira sempre tentou retirar poder do Executivo, pois o Parlamento é tradicionalmente conservador devido ao sistema eleitoral que privilegia o clientelismo e o fisiologismo. "O Brasil sempre teve um Congresso conservador, e a eleição presidencial é o único espaço onde a esquerda pode disputar o poder real", explicou. Segundo ele, os partidos de direita defendem essa mudança porque buscam "fechar essa janela" e impedir futuras vitórias eleitorais de lideranças progressistas.

    O jornalista também criticou o apoio do PT à eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara, classificando a negociação como “estranha” e mal articulada. "Hugo Motta está se revelando um articulador estrutural do golpismo dentro da Câmara dos Deputados. Mais do que o próprio Arthur Lira", afirmou. Ele lembrou que lideranças do PT, como o ex-presidente da legenda Rui Falcão, alertaram que Motta daria andamento a pautas prejudiciais ao governo Lula, como a anistia a golpistas e a proposta de semipresidencialismo.

    "Que diabo de negociação foi essa, santo Deus?", questionou Altman, ressaltando que havia outras alternativas para o PT na eleição da Câmara, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA) ou Antonio Brito (PSD-BA), que poderiam ser candidatos mais previsíveis e negociáveis. "O apoio do PT foi decisivo para a vitória de Hugo Motta, e agora ele está colocando as manguinhas de fora", criticou.

    Altman alertou que a proposta de semipresidencialismo pode avançar rapidamente na Câmara, impulsionada pelo novo presidente da Casa. "Se o governo não reagir com firmeza, essa mudança pode acabar sendo empurrada goela abaixo", disse. O jornalista concluiu afirmando que, diante da conjuntura atual, o PT precisa reavaliar suas estratégias e adotar uma postura mais vigilante no Congresso. Assista:

     

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