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    Gleisi: PEC do semipresidencialismo é antidemocrática

    PEC do semipresidencialismo ganhou força com a eleição de Hugo Motta como presidente da Câmara

    Gleisi Hoffmann (Foto: Divulgação/pt.org.br)
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    247 - A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), foi às redes sociais neste domingo (9) criticar a proposta que tramita na Câmara dos Deputados sobre instituir um regime semipresidencialista no Brasil. 

    Na semana passada, o texto conseguiu reunir o número mínimo de assinaturas e foi protocolado na Casa. A proposta ganhou força após o Hugo Motta (Republicanos-PB) assumir a presidência da Câmara. A bancada do PT não assinou o projeto.  

    A dirigente alertou que o semipresidencialismo no Brasil tem objetivos antidemocráticos e defendeu o atual regime presidencialista. Segundo ela, o presidencialismo permite uma representação mais direta, e os impopulares defensores da proposta temem a soberania popular. 

    "O povo brasileiro já rejeitou o parlamentarismo em dois plebiscitos (1963 e 1993). Mesmo disfarçada de 'semipresidencialismo', a proposta que voltou a circular na Câmara visa tirar da maioria da população o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar. Quem tem um 'semipresidente' não tem presidente nenhum. É muito medo da soberania do povo ou muita vontade de governar o país sem ter de ganhar no voto", escreveu Gleisi na plataforma X. 

    Entenda - A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/25 institui o semipresidencialismo e o voto distrital misto no Brasil a partir das eleições de 2030. O texto, apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) e outros parlamentares à Câmara dos Deputados, resgata uma proposição antiga (PEC 20/95).

    De acordo com a proposta, o primeiro-ministro será nomeado dentre os integrantes do Congresso Nacional maiores de 35 anos.

    No semipresidencialismo, o presidente eleito pelo voto popular direto divide o poder com um primeiro-ministro nomeado por ele, ouvido os partidos com maiores representações na Câmara.

    Hauly argumenta que hoje não há mais espaço para o que chama de “presidencialismo arcaico praticado no Brasil”, no qual uma única autoridade concentra as responsabilidades de chefe de governo e de Estado.

    Hugo Motta afirmou, em entrevista coletiva na Paraíba na última semana, que a discussão sobre o semipresidencialismo é um papel do Parlamento para melhorar a eficiência do governo, mas não há pressa no tema. Segundo ele, não há compromisso de pautar a proposta de forma urgente. 

    A PEC 2/25 será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto a sua legalidade, juridicidade e constitucionalidade. Se admitida, será examinada por uma comissão especial a ser criada, antes de ser votada em dois turnos pelo Plenário.

    Para ser promulgado, o texto precisa ser aprovado pelos deputados e pelos senadores. (Com informações da Agência Câmara de Notícias). 

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