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"Acredito na reversão do processo de cassação", diz Glauber Braga à TV 247

Parlamentar do Psol afirma que a mobilização da sociedade poderá deter o processo de cassação de seu mandato

Glauber Braga (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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247 – Em entrevista à TV 247, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) declarou sua confiança na reversão do processo de cassação que enfrenta no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O parlamentar destacou que, embora o cenário seja adverso, ele acredita que a exposição pública de manobras nos bastidores dificulta a conclusão do processo contra ele.

"Eu acredito na modificação do cenário, não porque tenho uma ilusão com a institucionalidade, mas porque acredito que aqueles que estavam tentando tocar o processo de cassação nas sombras foram expostos", afirmou Braga. Segundo ele, o preço político de sua cassação tornou-se muito alto, principalmente após a pressão de parte da opinião pública e da solidariedade que ele tem recebido em manifestações e nas redes sociais.

Braga criticou a condução do processo, ressaltando que foram poucos os casos de admissibilidade no Conselho de Ética nesta legislatura, e que o seu caso é um dos raros. "Foram só dois casos com admissibilidade: o de Chiquinho Brazão, porque a pressão pela responsabilização dos assassinos de Marielle era muito grande, e o meu", disse. O deputado também mencionou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem se mostrado menos confortável em avançar com o processo devido ao aumento das denúncias contra ele.

A força da solidariedade

Durante a entrevista, o parlamentar frisou a importância da solidariedade que tem recebido de diversos setores. "Essa solidariedade que está acontecendo num cenário tão adverso tem sido muito importante. A solidariedade nas redes, nas ruas, nas manifestações, de veículos que estão se posicionando da mesma forma", agradeceu.

Braga também abordou a postura de seus opositores dentro do Conselho de Ética. Ele mencionou que o deputado Alexandre Leite (União Brasil-SP), relator do processo, indicou que o desfecho seria sua cassação, mesmo antes de o processo ser concluído. "O relator já disse, por diversas vezes, que eu devo ser cassado. Ele falou isso no dia da admissibilidade e repetiu agora na última sessão", declarou. Diante disso, Braga afirmou que entrará com recursos para questionar a imparcialidade do relator, inclusive no Judiciário, se necessário.

Ofensiva do MBL

Além do processo de cassação, o deputado também relatou os desafios enfrentados em eventos públicos. Nos últimos meses, ele tem sido alvo de provocações e ataques de um militante de extrema-direita, ligados ao MBL, durante suas prestações de contas em locais públicos no Rio de Janeiro, como o Largo da Carioca. "Esse mesmo sujeito foi hoje ao Buraco do Lume só para gerar confusão. Eu faço uma prestação de contas no Largo da Carioca há 10 anos, toda segunda-feira. Nas últimas três segundas-feiras, militantes de extrema-direita foram lá para criar confusão", relatou Braga.

O parlamentar explicou que, embora tenha respondido com firmeza às provocações em um primeiro momento, a escalada de violência tem sido uma preocupação. "Esse sujeito já fez isso cinco vezes. Da primeira vez, respondi a ele com firmeza, mas não dei o que ele queria. Da segunda vez, ele voltou mais violento; da terceira, mais violento; e assim sucessivamente", disse.

Braga também destacou o impacto psicológico que essas ações têm sobre sua militância. "Isso gera todo um efeito psicológico sobre a nossa militância. Temos que reagir de forma digna, mas não podemos deixar que isso abale a nossa moral", afirmou. O deputado relembrou um episódio em abril, quando foi confrontado pelo mesmo militante e reagiu com indignação, especialmente porque o provocador mencionou sua mãe, que faleceu em maio. "Eu não me arrependo do que fiz. Defendi a honra da minha mãe em vida", desabafou.

Para finalizar, Glauber Braga reafirmou sua disposição em seguir lutando contra o processo de cassação e contra os ataques pessoais que vem sofrendo. "Aqueles que tentam manobrar o processo de cassação nas sombras terão que pagar o preço por isso", concluiu. Assista:

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