“Bolsonaro atua por anistia e tenta desestabilizar instituições”, alerta Fernando Horta
Historiador afirma que ex-presidente articula ofensiva em três frentes para enfraquecer o Judiciário e retomar influência política
247 – O historiador Fernando Horta fez um alerta contundente sobre a atuação política de Jair Bolsonaro, ao comentar as estratégias do ex-presidente durante participação no programa Brasil Agora, da TV 247. A entrevista ocorreu no contexto do Dia da Mentira, data em que o pesquisador destacou como as inverdades históricas continuam moldando a política brasileira contemporânea.
“O Brasil é um rosário de mentiras. Começa lá em 1500, quando dizem que fomos descobertos, como se fosse uma Lagoa Azul. Na realidade, o que houve foi um morticínio gigantesco, um processo de domínio, colonialismo e mortandade das nações indígenas”, afirmou Horta, ao traçar um paralelo entre as distorções históricas e a atuação de figuras políticas atuais.
Ao analisar o cenário político atual, Horta apontou que Bolsonaro age para garantir a anistia dos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, o ex-presidente opera simultaneamente em três frentes: dentro do Congresso, pressionando parlamentares; externamente, influenciando governadores; e politicamente, mobilizando sua base com promessas de transferência de votos.
“Basicamente, o que o Bolsonaro faz é agir nas três frentes. Internamente no Parlamento, tentando estraçalhar as nossas instituições, porque ele vai forçar para que esse projeto de anistia saia, para jogar o Legislativo contra o Judiciário e forçar as instituições a se derramarem. Externamente, ele age com a pressão nos governadores, com a possibilidade de transferir votos para quem ele deseja e, portanto, coloca os seus apoiadores numa disputa para saber qual deles vai fazer os melhores favores ou o melhor trabalho para Jair Bolsonaro”, alertou.
Para o historiador, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria estar mais atento e atuante diante da ameaça representada por Bolsonaro. Horta criticou a postura passiva do Palácio do Planalto diante da movimentação do bolsonarismo: “Na realidade, nós nos aquietamos na política e aceitamos o jugo do Arthur Lira e agora do Hugo Motta”, lamentou.
Em sua análise, Horta destacou que, enquanto Bolsonaro dá sinais de que “vai jogar com todas as armas que pode”, o governo Lula teria abandonado estratégias eficazes de articulação política. “Esse plano é de Lula, mas nunca colocamos em prática esse tipo de planejamento”, afirmou.
Fernando Horta ainda expressou preocupação com a liberdade de Bolsonaro para continuar articulando sua base, e sugeriu que as instituições precisam agir: “Eu acho que ele está correndo um pouco solto demais. Não sei se a Polícia Federal ou o STF, nas próximas semanas, não vai dar algum tipo de ‘para-te-quieto’ nele, porque a coisa está começando a ficar fora de controle”. Assista:
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