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    "Brasil precisa acabar com os Kids Pretos antes que eles acabem com o Brasil", afirma historiador

    Chico Teixeira analisa papel de militares em conspirações golpistas e defende mudanças na estrutura das Forças Armadas

    (Foto: Divulgação)

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    247 - Em entrevista ao Canal UOL no YouTube, o historiador e professor da UFRJ Francisco Carlos Teixeira analisou as consequências da tentativa de golpe de 2022 no Brasil, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o grupo de militares conhecidos como "kids pretos" desempenha um papel central em conspirações antidemocráticas e deve ser desmantelado para preservar a estabilidade da República.

    "A conspiração era sistêmica nesse sentido, e esse batalhão [de operações especiais] tem que acabar. Quer dizer, se vai acabar ou não, eu não sei. Mas, na verdade, os ministros, começando pelo ministro José Múcio Monteiro, têm responsabilidade por fazer uma investigação desse tipo", afirmou o professor.

    Teixeira apontou o envolvimento desses militares em ações golpistas, incluindo a sustentação de acampamentos patrióticos que resultaram nos ataques ao Congresso Nacional, ao STF e ao Palácio do Planalto. "Foram eles que armaram os acampamentos patrióticos, foram eles que sustentaram esses acampamentos. Dos acampamentos saíram os terroristas e saiu a depredação de Brasília."

    O professor destacou ainda a origem e a ideologização desses militares, que muitas vezes passam por treinamentos em instituições norte-americanas. "Todos eles fizeram curso ou estiveram em cursos em Fort Benning, nos Estados Unidos, que é o Instituto Hemisférico de Cooperação em Segurança, na verdade um grande centro de treinamento e ideologização dos militares latino-americanos", explicou.

    Teixeira criticou a continuidade do grupo e a ausência de medidas mais rigorosas por parte das autoridades. "Não adianta mudar o nome ou distribuir os membros. Eles têm que ser mandados embora. Tem que fazer uma grande avaliação de quem fica e quem sai. Isso é fundamental."

    Ao final, ele defendeu a criação de uma tropa civil, subordinada ao Ministério da Justiça, para lidar com crises e evitar o uso das Forças Armadas em ações internas. "Temos que criar uma tropa própria do Ministério da Justiça, uma tropa civil, para garantir a integridade da República. Acabar com as GLOs e colocar isso sob comando civil é fundamental."

    A entrevista trouxe à tona questões sobre a relação entre militares e civis no Brasil, apontando para a necessidade de reformas estruturais nas Forças Armadas e no sistema de defesa nacional.

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