TV 247 logo
      HOME > Entrevistas

      Carlos Fico se despede da produção acadêmica e prepara documentários sobre a ditadura

      Historiador anunciou que novo livro, a ser lançado em maio, será seu último e revelou que transformará suas pesquisas em produções audiovisuais

      (Foto: Evandro Teixeira/ Acervo IMS | Divulgação/Zô Guimarães)
      Dafne Ashton avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Durante entrevista ao programa “Denise Assis Convida”, exibido neste domingo, o professor, historiador e escritor Carlos Fico afirmou que seu próximo livro, com lançamento previsto para maio pela Editora Planeta, será o último de sua trajetória. “É o último”, antecipou.

      Após 40 anos dedicados a pesquisas sobre o período militar no Brasil, Fico contou que passou os últimos três anos investigando a influência dos militares sobre a sociedade brasileira, abordando o sentimento de superioridade que, segundo ele, os move e a convicção de que o país não é capaz de conduzir o próprio destino — o que justificaria, em sua visão, os sucessivos golpes e a tentativa constante de tutela sobre a democracia. A nova obra foi escrita em um ano.

      Na conversa, Fico descreveu o livro como “um presente que eu me dei, o de escrever um livro sem me preocupar com as regras da academia, que nos obriga a conceitualizar e a certas amarras que nessa escrita eu abandonei”.

      Com uma fala mais calma e detalhista do que o habitual, a entrevista transmitiu a sensação de encerramento de um ciclo. Fico deixou transparecer o sentimento de dever cumprido e contou que, para suavizar a dureza da trajetória dos militares na política brasileira, optou por uma escrita mais próxima da narrativa de uma novela.

      O historiador também adiantou que pretende criar documentários a partir das histórias que pesquisou ao longo das décadas. E compartilhou um trecho da nova obra, em que narra um episódio envolvendo o ex-ditador Emílio Garrastazu Médici, então diretor da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), que colocou a tropa de cadetes na estrada para evitar um confronto entre o general “legalista” Âncora e o general Amaury Kruel, último a aderir ao golpe de 1964, no dia 31 de março daquele ano. Assista: 


       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: