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    "Crimes não faltam a Bolsonaro, de crimes comuns a crimes políticos", diz Alencar Santana

    Vice-líder do governo na Câmara afirmou que as revelações sobre a Abin Paralela mostram "coisas de ditadura" e apontou que os bolsonaristas da Câmara estão desmoralizados. Assista

    Alencar Santana, Jair Bolsonaro e a Abin (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Marcos Correa/PR | Reprodução)

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    247 - O deputado federal Alencar Santana, vice-líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados e atual pré-candidato a prefeito de Guarulhos, manifestou-se sobre as recentes revelações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fins políticos. Em entrevista à TV 247, nesta sexta-feira (12), Santana foi categórico ao afirmar que "crimes é que não faltam ao Bolsonaro".

    “É estarrecedor. Muito grave aquilo que está sendo revelado, uma interferência direta, objetiva, usando aparato estatal, aparato da inteligência, para sabotar investigações, para bisbilhotar a vida de autoridades públicas e de representantes do judiciário e do parlamento... Então, é algo de uma ditadura, de um poder autoritário. Não podemos concordar com isso, e eu diria que a sorte dos bolsonaristas é que a Câmara entrou em recesso, porque eles estão preocupados e desmoralizados. A gente espera que isso se aprofunde na maior rapidez possível e que os responsáveis sejam rigorosamente punidos. Esse tipo de conduta contamina e destrói a democracia", declarou o deputado.

    As declarações de Alencar Santana vêm à tona em um momento de intensificação das investigações da Operação Última Milha, que revelou o uso ilícito da Abin para monitorar e espionar autoridades e figuras públicas durante o governo de Jair Bolsonaro. As investigações apontam para uma estrutura paralela dentro da agência, comandada pelo então diretor Alexandre Ramagem, que foi utilizada para proteger interesses pessoais e políticos da família Bolsonaro.

    Santana não poupou críticas ao ex-presidente, destacando a diversidade de crimes cometidos por Bolsonaro: "Crimes é que não faltam ao Bolsonaro. De crimes comuns a crimes políticos, de roubar joias a atentar contra o Estado Democrático de Direito. De sabotar vacinação a falsificar seu cartão de vacina, então crime não falta." O deputado enfatizou a gravidade das ações reveladas e a necessidade de uma resposta contundente da justiça.

    A investigação da PF também revelou a existência de um áudio gravado por Ramagem contendo uma conversa entre Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o próprio Ramagem, na qual discutiam estratégias para sabotar investigações e monitorar auditores da Receita Federal envolvidos na apuração do caso de "rachadinha" de Flávio Bolsonaro. A gravação de 1 hora e 8 minutos, embora ainda sob segredo de Justiça, já é considerada um elemento crucial para a continuidade das investigações.

    Santana também ressaltou a importância de elementos jurídicos sólidos para justificar uma prisão preventiva, mas não descartou a possibilidade diante de novas tentativas de sabotagem ou obstrução da justiça: "Logicamente, o fato de existir uma investigação por si só não justifica uma prisão preventiva, temos que ter o elemento jurídico. Se for praticado algum ato, agora, de nova sabotagem, de tentativa de fuga, de obstrução de prova, de obstrução do trabalho da Justiça, está justificada a medida preventiva de prisão."

    Além disso, o deputado expressou confiança de que o povo saberá distinguir entre Bolsonaro e o movimento bolsonarista: "O povo vai saber, na política, identificar: o Bolsonaro, por si só, ao longo do tempo, vai se autodestruir. Não necessariamente isso significa a destruição do bolsonarismo, são coisas diferentes." Assista à entrevista de Alencar Santana à TV 247 abaixo:

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