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    "Eles vão ter que pagar por isso", diz pesquisadora da Fiocruz sobre incêndios criminosos

    Sandra Hacon aponta para atos criminosos por trás dos incêndios e destaca impactos na saúde pública e no meio ambiente

    (Foto: Divulgação | Virginia Dantas/ENSP Fiocruz | CBMMS)

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    247 - Sandra Hacon, pesquisadora da Fiocruz, afirmou em entrevista ao programa Regina Zappa e Mario Vitor, da TV 247, que os recentes incêndios no Brasil são resultados de ações criminosas coordenadas. “Eles vão ter que pagar por isso”, declarou Hacon, enfatizando a gravidade dos impactos para a população e o meio ambiente.

    “O Brasil está pegando fogo há semanas. A fumaça provoca doenças respiratórias na população de dezenas de cidades brasileiras. São atos criminosos”, disse a pesquisadora, que possui doutorado em Geoquímica Ambiental e atua desde 1995 em estudos sobre os impactos das mudanças ambientais globais na saúde humana e nos ecossistemas. “Esse desastre é manipulado. Tem que botar na cadeia e fazer eles pagarem. O custo é muito alto.”

    Segundo Hacon, a crise climática agrava a situação, mas não é a única responsável. “Temos uma crise climática extremamente importante, complexa e perigosa no sentido do impacto que traz para a economia, saúde, infraestrutura, etc. Mas não é só a crise climática que é responsável por essa questão. Há todo um cenário orquestrado de incêndio criminoso. Eles vão ter que pagar por isso.”

    A pesquisadora também alertou para o aumento das internações hospitalares devido à fumaça, que provoca sintomas como náuseas, tontura e desidratação. “Quantas internações, com aumento de náuseas, tontura, desidratação estão ocorrendo no Brasil?”, questionou.

    Hacon explicou os efeitos das micropartículas presentes na fumaça. “Essas micropartículas, produto da fumaça, que vão acarretar os processos inflamatórios, estão espalhadas por toda a região Norte, Centro Oeste, chegando às regiões Sul e Sudeste. São partículas mínimas, que chegam à corrente sanguínea dos humanos e animais, e partículas maiores que vão se depositando na terra e na água.”

    A pesquisadora destacou a necessidade urgente de restaurar as áreas degradadas após os incêndios. “Fala-se do reflorestamento, mas na verdade o que é preciso é fazer a restauração de várias áreas que estão degradadas em todo o país. Também temos que criar um cinturão de restauração próximo às áreas urbanas. A prioridade é apagar os incêndios em todo o país, mas é preciso punir os criminosos e depois restaurar as áreas degradadas.”

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