“Fragmentos de filmes salvaram nossa história recente", diz Patrícia Machado

247 - No programa "Denise Assis Convida", transmitido neste domingo (06/10), a pesquisadora e escritora Patrícia Machado discutiu o lançamento de seu livro "Cinema de Arquivo", publicado pela Editora Sagarana. Durante a entrevista, Patrícia revelou como recuperou fragmentos de filmes que documentaram momentos cruciais dos períodos pré e pós-ditadura no Brasil, traçando uma conexão entre Brasil, Cuba e França.

Machado explicou que os registros fílmicos, muitos deles realizados pelo cineasta Eduardo Escorel, que documentou o velório do estudante Edson Luiz, morto em uma passeata, foram preservados em Cuba e levados para a França, onde serviram como ferramentas de denúncia internacional. "Eu fui vendo que as pessoas saíam daqui com esses filmes, documentados pelo cineasta Eduardo Escorel, que filmou o velório do Estudante Edson Luiz, morto numa passeata, no Centro, eles eram recuperados em Cuba e seguiam para a França, onde eram exibidos como denúncia", relatou.

Além de Escorel, o crítico de cinema José Carlos Avellar também desempenhou um papel importante na documentação dos eventos de 1968, filmando, com uma câmera amadora, cenas das passeatas e capturando as expressões de medo e determinação dos participantes. "Enquanto o Escorel se esforçou para mostrar que havia multidão, ruas lotadas e fazia tomadas do alto dos prédios, o Avellar trazia para perto a ambientação da passeata, entre os que delas participavam", afirmou a pesquisadora.

O livro "Cinema de Arquivo" investiga o papel do cinema na preservação e divulgação de momentos históricos que marcaram o Brasil, além de destacar a importância desses registros para a memória coletiva do país.

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