"Lula é um democrata e agiu corretamente sobre a Venezuela", diz Fernando Horta
Para o historiador, são preocupantes as declarações do presidente Nicolás Maduro sobre um eventual banho de sangue após as eleições
247 – Em uma entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta analisou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à crise na Venezuela. Horta foi enfático ao defender as ações de Lula, afirmando que "o presidente Lula é um democrata incorrigível e agiu corretamente sobre a Venezuela".
O historiador destacou que as declarações do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre um possível "banho de sangue" em caso de derrota eleitoral causaram grande preocupação no governo brasileiro. "Por isso a declaração do presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre um eventual banho de sangue assustou muito o governo brasileiro", comentou Horta. Ele ressaltou a importância da sinalização de Lula em defesa da democracia: "A sinalização do presidente Lula foi correta".
Durante a entrevista concedida aos correspondentes de agências internacionais na última segunda-feira, Lula enfatizou a necessidade de um processo eleitoral respeitado por todos na Venezuela para o retorno à normalidade no país. Ele ressaltou que já conversou duas vezes com Maduro, deixando claro que "a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo mundo".
Horta explicou que, apesar das sanções econômicas que impedem um desenvolvimento maior na Venezuela, estas não são a causa de todos os problemas do país. "As sanções impedem um desenvolvimento maior da Venezuela, mas não são a causa de todo o problema", disse. Ele também criticou as elites venezuelanas por nunca terem tentado criar um modelo de desenvolvimento inclusivo: "As elites venezuelanas jamais tentaram criar um modelo de desenvolvimento inclusivo".
Lula e o chavismo
Comparando os métodos de transformação política, Horta destacou a abordagem de Lula como mais lenta e menos violenta, baseada na formação de consensos. "O modo Lula de transformar é mais lento, menos violento e se dá pela formação de consensos", afirmou. Em contraste, ele mencionou a revolução chavista na Venezuela, que seguiu um caminho diferente e mais radical.
Para reforçar seu compromisso com a democracia, Lula anunciou que o Brasil enviará observadores da Justiça Eleitoral, incluindo Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais, para monitorar as próximas eleições venezuelanas. Esta ação visa garantir que o pleito ocorra de forma justa e democrática.
Lula também expressou sua preocupação com as declarações recentes de Maduro sobre um "banho de sangue" e reforçou que a resposta correta a uma derrota eleitoral deve ser democrática. "Quem perde as eleições toma um banho de voto. Não de sangue", declarou Lula, destacando a necessidade de aceitar os resultados eleitorais de maneira pacífica. "Quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição", acrescentou o presidente brasileiro. Assista a entrevista de Horta:
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