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"Mélenchon asfalta o caminho para uma nova esquerda, que não aceita ser domesticada", diz Breno Altman

Jornalista aponta o ressurgimento de uma nova esquerda na França e talvez no mundo

(Foto: Reuters | Brasil247)

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247 - Durante entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, discutiu a recente vitória da coalizão de esquerda Nova Frente Popular nas eleições parlamentares francesas. Altman destacou a abordagem estratégica adotada pela esquerda francesa e os desafios futuros. “A esquerda francesa não apostou na 'frente ampla', mas na 'frente popular'. Apresentou coalizão independente no primeiro turno, com identidade própria, para apenas no segundo fazer acordos contra a extrema direita. Comandou a vitória sobre o neofascismo e subjugou os liberais,” afirmou Altman.

Ele também ressaltou a liderança de Jean-Luc Mélenchon no processo eleitoral: "Mélenchon asfalta o caminho para uma nova esquerda, que não aceita ser domesticada. Mélenchon está tentando plantar essa árvore." O jornalista enfatizou a vitória da esquerda sobre os macronistas, afirmando: "A esquerda venceu, derrotando os macronistas". Altman criticou a interpretação liberal dos resultados das eleições, dizendo: "É malandragem liberal afirmar que houve, na França, simplesmente 'vitória da democracia'. O que ocorreu foi um triunfo de esquerda, que comandou a batalha contra a extrema direita e torpedeou a hegemonia de Macron, sob a liderança do setor mais combativo, a França Insubmissa."

O editor do Opera Mundi alertou para possíveis desafios internos: “A grande ameaça contra a vontade do povo francês é a minoria social-liberal da Nova Frente Popular, representada principalmente por setores do PS, romper com a França Insubmissa e chegar a acordo com Macron para um governo centrista. Seria uma burla inaceitável, uma traição e uma operação difícil que enterraria de vez esse setor”

Ele destacou ainda a importância da coalizão formada: “A principal façanha da França Insubmissa foi somar o PS e os Ecologistas na 'frente popular', quando Macron apostava em capturá-los para uma 'frente democrática'. O medo de serem desidratados pela esquerda radical pesou para aceitarem a coalizão autônoma proposta por Mélenchon.” Assista:



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