Democracias se fortalecem com diversidade, mas sem extremismos, diz Lula
Presidente fez discursos em defesa da integração regional e da ordem democrática na cúpula do Mercosul
247 – Durante a 64ª Cúpula do Mercosul em Assunção, Paraguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância da diversidade de opiniões e do combate aos extremismos para fortalecer as democracias. Lula destacou a adesão da Bolívia ao bloco e criticou a ideia de que o livre-mercado seja a única solução para os problemas da humanidade. Segundo ele, é essencial que os países da América do Sul atuem unidos em fóruns internacionais para serem ouvidos efetivamente.
"O Mercosul é resiliente e tem sobrevivido aos difíceis anos de desintegração. Pensar igual nunca foi critério para engajamento construtivo nas tarefas do bloco. A diversidade de opiniões, sem extremismos e intolerância, é bem-vinda porque fortalece nossas democracias e nos conduz a escolhas melhores", afirmou Lula. "O Mercosul é e seguirá sendo a grande aposta de inserção internacional e de desenvolvimento do Brasil."
O presidente brasileiro também comentou sobre as recentes vitórias progressistas nas eleições do Reino Unido e França, ressaltando a importância desses resultados para a defesa da democracia e justiça social. Além disso, Lula anunciou a construção de uma Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, liderada pelo Brasil, que será apresentada na cúpula do G20 no final do ano. Essas iniciativas, segundo ele, são fundamentais para enfrentar os desafios globais que demandam esforços coletivos e propostas inovadoras.
A reunião também serviu para fortalecer laços e discutir agendas comuns entre os países membros, visando a integração e o desenvolvimento regional. Lula encerrou sua fala com um apelo por um mundo de paz e cooperação, inspirado nas palavras do ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica.
"Que suas palavras (de Mujica) inspirem todos nós a olhar para o Mercosul como fonte de soluções para os nossos desafios de desenvolvimento. Precisamos de um mundo de paz", disse Lula. O presidente brasileiro convocou todos os países do bloco – fundado há 33 anos por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, depois com adesão da Venezuela (suspensa) e, neste ano, da Bolívia – a se juntar à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
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