"O Brasil ainda está de costas para a América do Sul e isso precisa mudar", afirma Simone Tebet
Ministra defende integração regional como prioridade para o desenvolvimento econômico e redução da desigualdade social
247 – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, abordou a necessidade urgente de integração regional durante sua entrevista ao programa Bom Dia 247. Segundo Tebet, o Brasil ainda não explora plenamente as vantagens econômicas da América do Sul e precisa reorientar sua política de desenvolvimento para incluir seus vizinhos. Ela destacou as rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, um projeto do governo federal, como ferramenta estratégica para promover tanto o comércio quanto a redução das desigualdades regionais. “O que mais me dói como cristã e mãe é ver as potencialidades e as vantagens competitivas do Brasil e como a gente não consegue transformar essa riqueza em algo que chegue a quem mais precisa. Um país tão rico, com um povo ainda tão pobre”, afirmou a ministra.
Tebet ressaltou que a desigualdade regional é um obstáculo para o desenvolvimento nacional e que o foco das políticas públicas deve ser nas áreas mais pobres do Brasil. “A cara mais pobre do Brasil não está no Sudeste, embora tenhamos favelas e pobreza no Sudeste. A cara mais pobre está na fronteira do Brasil com a América do Sul, no norte, na fronteira de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até na fronteira do Rio Grande do Sul, onde temos bolsões com IDH abaixo da média nacional”, declarou.
Ela também argumentou que a integração econômica com a América do Sul pode beneficiar ambas as partes, mas lamentou que o Brasil e seus vizinhos ainda não se vêem como parceiros comerciais prioritários. "Se a América do Sul tem 400 milhões de sul-americanos e o Brasil tem metade disso, há mais de 200 milhões de consumidores que podemos conquistar. Mas o Brasil está de costas para a América do Sul. A América do Sul pensa na Europa e em outros países, não no Brasil", afirmou.
Potencial do comércio regional – Tebet comparou a situação comercial da América do Sul com outras regiões do mundo, destacando o potencial inexplorado do continente. "Na América do Norte, o comércio regional é da ordem de 40%, na Ásia chega a 58%, e na Europa, 68%. Já na América do Sul, incluindo a América Central, não chegamos a 18%”, explicou a ministra.
As rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, segundo Tebet, visam reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e seus vizinhos, bem como com a Ásia. “Essas rotas de integração permitem que os produtos brasileiros cheguem mais rápido e mais barato à China, com até três semanas a menos de tempo e até 10.000 km a menos de distância, o que significa competitividade dos nossos produtos”, concluiu. Assista:
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