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      "O BRICS não deve ceder às pressões de Trump", diz Paulo Nogueira Batista Júnior

      Economista afirma que o bloco deve se unir diante das ameaças trumpistas e aproveitar as divisões no Atlântico Norte

      (Foto: Reuters )
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      247 – Em entrevista à TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, ex-diretor executivo do FMI pelo Brasil e outros países, analisou os primeiros meses do governo de Donald Trump e suas implicações para o BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Batista Júnior destacou que o comportamento errático do presidente norte-americano pode abrir oportunidades para o fortalecimento do bloco, mas alertou que é fundamental resistir às pressões e ameaças de Trump. "O BRICS não deve ceder às ameaças de Trump", afirmou.

      Batista Júnior ressaltou que o governo Trump tem sido marcado por uma série de ações imprevisíveis e, em muitos casos, contraditórias. "O primeiro mês de Trump é muito difícil de interpretar. Ele sempre foi errático, mas está indo além do esperado", disse o economista. Ele citou como exemplo a postura de Trump em relação à Ucrânia, que, segundo ele, é mais favorável do que a do governo Biden. "Na questão ucraniana, a posição de Trump é muito melhor do que a do governo Biden", afirmou.

      O economista também chamou a atenção para as tensões entre os Estados Unidos e seus aliados europeus, que têm se intensificado desde o início do governo Trump. "O que nós estamos vendo é um divórcio no Atlântico Norte. Trump está abandonando seus aliados europeus. Isso é bom para nós", declarou. Para Batista Júnior, essa ruptura pode beneficiar o BRICS, ao criar um ambiente geopolítico mais favorável para o bloco.

      O caso Zelensky e o declínio do Império americano

      Batista Júnior também comentou o caso do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que tem enfrentado uma série de desafios desde o início da guerra com a Rússia. "O caso Zelensky: não é a primeira vez que aliados dos Estados Unidos têm um triste fim", disse o economista, lembrando que muitos líderes alinhados com os interesses norte-americanos acabam em situações difíceis quando deixam de ser úteis para Washington.

      Sobre o futuro dos Estados Unidos, Batista Júnior expressou dúvidas sobre a capacidade de Trump de reverter o que ele chamou de "declínio do Império americano". "Não está claro se Trump vai conseguir deter o declínio do Império americano", afirmou. Ele argumentou que, embora Trump tenha adotado uma postura mais agressiva em relação a rivais como China e Rússia, suas políticas internas e externas têm gerado instabilidade e incertezas.

      Oportunidades para o BRICS

      Diante desse cenário, Batista Júnior defendeu que o BRICS deve se manter unido e aproveitar as divisões no Atlântico Norte para fortalecer sua posição no cenário internacional. "O BRICS não deve ceder às ameaças de Trump", reiterou. Ele destacou que o bloco tem o potencial de se tornar uma força geopolítica e econômica cada vez mais relevante, especialmente em um contexto de mudanças no equilíbrio de poder global.

      O economista também ressaltou a importância de o BRICS continuar promovendo a cooperação entre seus membros, especialmente em áreas como comércio, investimentos e desenvolvimento tecnológico. "Precisamos fortalecer nossos laços e buscar alternativas ao sistema financeiro internacional dominado pelos Estados Unidos", afirmou.

      As declarações de Paulo Nogueira Batista Júnior refletem a visão de que o governo Trump representa tanto desafios quanto oportunidades para o BRICS. Enquanto as políticas imprevisíveis de Trump geram incertezas, elas também abrem espaço para o bloco se consolidar como um ator global mais independente e influente. A chave, segundo o economista, está na união e na resistência às pressões externas. "O BRICS não deve ceder às ameaças de Trump", concluiu, reforçando a necessidade de uma postura firme e estratégica diante das turbulências do cenário internacional. Assista:

       

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