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    "O governo encena a luta de classes, mas busca um fim da polarização", afirma Mario Vitor Santos

    Jornalista sugere que o governo atua para representar interesses divergentes e busca uma síntese conciliadora

    (Foto: ABR | Brasil247)

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    247 - Em participação no Bom Dia 247, o jornalista Mario Vitor Santos abordou a atuação conjunta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no ajuste fiscal e na tentativa de conciliação de interesses de setores opostos da sociedade brasileira. Segundo ele, ambos desempenham papéis que se complementam, criando uma “encenação de luta de classes” dentro do governo.

    "Você tinha inicialmente uma intenção e uma necessidade do ministro Haddad de realizar ajustes, cortes nas despesas do governo, que representavam uma resposta à pressão do mercado e à necessidade de controle inflacionário," afirmou Santos. Para ele, o ministro adotou uma postura “rígida, pressionando pelo ajuste fiscal”, enquanto Lula, por outro lado, aparece “como o defensor dos mais pobres”.

    Mario Vitor destacou que essa divisão de papéis pode ser um "roteiro dramático", onde ambos atuam para "ampliar a capacidade de capturar apoio tanto da Faria Lima quanto dos trabalhadores". Ele sugere que essa dinâmica “é uma combinação prévia” para que o governo represente os interesses de diferentes classes. “É interessante como os dois atuam juntos, um como a voz do mercado e o outro como defensor das causas sociais,” analisa o jornalista.

    Para Santos, a atuação do governo Lula é uma tentativa de criar uma síntese que “contemple tanto os interesses de empresários e investidores quanto os das classes mais carentes”. Ele sugere que essa abordagem conciliadora é uma característica constante na trajetória política de Lula: “Se alguém pode fazer essa conciliação entre interesses tão divergentes, esse alguém é o presidente Lula”.

    Ainda sobre as motivações políticas de Lula, Mario Vitor pondera que, além das convicções pessoais, o presidente tem em vista a popularidade e o possível futuro eleitoral. “Ele olha as pesquisas, os humores da sociedade, e mantém uma postura de defesa dos mais pobres, mas com a mira na popularidade e na estabilidade de seu governo”, afirma o jornalista.

    Por fim, Mario Vitor Santos conclui que o atual governo “não é um governo de esquerda, mas um governo que busca representar a direita e a esquerda, atuando com equilíbrio”. Para ele, a estratégia é “um balé dialético” que visa reduzir as tensões entre setores sociais. “Esse modelo conciliador busca um fim na polarização, não apenas como uma vitória para o governo, mas também para o cenário político e econômico do país,” conclui o jornalista.

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