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"O que aconteceu no Líbano foi o maior atentado terrorista coletivo cometido por Israel", diz Lejeune Mirhan

Analista geopolítico afirma que toda a humanidade está em risco com o novo método de terrorismo israelense

(Foto: Reuters | Reprodução )

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247 – Em uma declaração contundente, o analista geopolítico Lejeune Mirhan qualificou as explosões que abalaram o Líbano em setembro de 2024 como "o maior atentado terrorista coletivo cometido por Israel". Durante sua participação no programa Bom Dia 247, Mirhan foi enfático ao afirmar que este evento inaugura uma nova fase nos conflitos no Oriente Médio, com implicações globais. "Isso nos coloca diante de uma situação nova", disse ele, referindo-se ao ataque que vitimou milhares de pessoas no Líbano.

As explosões, que ocorreram no dia 17 de setembro, deixaram um rastro devastador: 11 mortos, mais de 4 mil feridos e cerca de 400 em estado grave. Entre as vítimas fatais estava Mohammad Mahdi Ammar, filho de um deputado do Hezbollah, além de uma menina de apenas oito anos de idade. O Hezbollah, grupo armado libanês, rapidamente acusou Israel, por meio do Mossad, de estar por trás das explosões que ocorreram simultaneamente em várias partes do país. "É um atentado de novo tipo", declarou Mirhan, frisando a sofisticação tecnológica envolvida no ataque.

O analista explicou que os equipamentos usados no atentado, como os pagers, são exemplos de como objetos cotidianos podem ser transformados em armas de destruição em massa. "Equipamentos de trabalho, aparelhos eletrônicos estão sendo usados como armas de destruição em massa", alertou ele, destacando que o uso de dispositivos aparentemente inofensivos amplia o potencial destrutivo de tais ataques. "Toda a humanidade está em risco", disse Mirhan, fazendo referência à possibilidade de que esse método possa ser replicado em outros cenários globais.

O atentado, que durou cerca de uma hora e feriu milhares de pessoas, foi descrito como uma das maiores agressões sofridas pelo Líbano nos últimos anos. O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, confirmou que mais de 200 pessoas estavam em estado crítico logo após as explosões. Até mesmo o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani, foi ferido durante o ataque.

Além de denunciar o caráter inédito da ofensiva, Mirhan chamou a atenção para o que considera uma nova fase no uso de tecnologia militar. "É um atentado de novo tipo", reafirmou, apontando para a provável manipulação de dispositivos eletrônicos usados por grupos como o Hezbollah. O analista acredita que os pagers, utilizados por esses grupos por serem mais difíceis de interceptar que os celulares, foram sabotados ao longo da cadeia de fornecimento, resultando em uma explosão coordenada e tecnologicamente avançada.

Especialistas sugerem que as explosões podem ter sido fruto de uma operação altamente planejada, com o uso de técnicas avançadas de sabotagem. Hamish de Bretton-Gordon, especialista em armas químicas, afirmou que é possível que as baterias dos pagers tenham sido adulteradas para causar explosões simultâneas. “Se as baterias de lítio foram manipuladas para superaquecer, isso poderia iniciar uma reação química que culminaria na explosão do aparelho”, explicou ele à Al Jazeera.

Terrorismo de estado

A hipótese de uma ação coordenada ganha ainda mais força com as declarações de Ralph Baydoun, analista de dados, que sugeriu que o ataque pode ter sido uma operação cirúrgica para atingir alvos específicos dentro do Hezbollah. A tecnologia envolvida, segundo ele, seria capaz de detonar os pagers de maneira remota, utilizando sinais de rádio para desencadear as explosões.

Em meio a esse cenário, Mirhan ressaltou a gravidade do momento e a ameaça representada pelo que considera uma nova forma de terrorismo de Estado. "O que aconteceu no Líbano foi o maior atentado terrorista coletivo cometido por Israel", concluiu ele, apontando para o risco de que essa tática possa se expandir para além do Oriente Médio. Para o analista, a humanidade como um todo está sob ameaça com o advento desse novo tipo de violência tecnológica.

O governo de Israel, como de costume, manteve silêncio sobre as acusações, enquanto o Hezbollah promete retaliar pela agressão. Com o Oriente Médio em estado de alerta, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa nova escalada de tensões, temendo que o ataque de setembro possa desencadear uma série de represálias e reações em cadeia na região. Assista: 

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