Pepe Escobar aponta infiltração do Mossad na Europa como origem da operação de explosão de pagers no Líbano
Acusações do Hezbollah contra Israel ganham novo contorno com revelações sobre possível operação de sabotagem conduzida na Europa pelo Mossad
247 - Nesta terça-feira (17), uma série de explosões de pagers abalou o Líbano, resultando na morte de nove pessoas e deixando pelo menos 2.750 feridos. As explosões ocorreram simultaneamente em diversas áreas do país, atingindo principalmente membros do Hezbollah, o grupo armado libanês. Entre as vítimas fatais, destacam-se Mohammad Mahdi Ammar, filho do deputado do Hezbollah Ali Ammar, e uma menina de oito anos. O Hezbollah confirmou que dois de seus combatentes estão entre os mortos.
As explosões, que tiveram início por volta das 16h45 e duraram cerca de uma hora, causaram ferimentos graves em centenas de pessoas, com relatos de lesões no rosto, mãos e estômago. O ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, informou que mais de 200 feridos estão em estado crítico, e até mesmo o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani, foi atingido pelas explosões.
Pouco tempo após o ocorrido, o Hezbollah emitiu um comunicado oficial responsabilizando Israel pelo ataque, citando especificamente o Mossad, o serviço secreto israelense. "Nós responsabilizamos totalmente o inimigo israelense por esta agressão e garantimos que receberá o justo castigo por este pecado", afirmou o grupo. As acusações foram feitas em meio a uma crescente escalada de tensões entre Israel e o Hezbollah, que têm trocado ataques ao longo da fronteira desde outubro de 2023, após uma ofensiva do Hamas em território israelense.
O ministro da Informação do Líbano, Ziad Makary, também apoiou as alegações de que Israel estaria por trás das explosões. No entanto, como de costume, o governo israelense optou por não comentar oficialmente o incidente.
De acordo com o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar, "um alto funcionário libanês citado pela Reuters disse que o Mossad plantou explosivos nos pagers da Gold Apollo 'no nível de produção'". A empresa Gold Apollo, que foi acusada de fabricar os dispositivos explosivos, declarou que os pagers foram produzidos por uma empresa europeia, a BAC, licenciada para usar sua marca. "Portanto, a infiltração do Mossad ocorreu na Europa – muito mais fácil para os suspeitos de sempre", concluiu Escobar.
A revelação traz à tona um novo nível de complexidade no conflito, ao sugerir que a operação teria se originado fora do Oriente Médio, com o Mossad agindo na Europa para garantir que os explosivos fossem inseridos nos dispositivos durante o processo de fabricação. As tensões na região, que já estavam elevadas devido ao histórico conflito entre Israel e Hezbollah, agora ganham uma nova dimensão com essas acusações de espionagem e sabotagem internacionais.
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