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    Saiba o que é o Mossad e como o serviço secreto israelense explodiu os pagers no Líbano

    Ataque terrorista deixou 2.750 feridos

    Pagers (Foto: Reprodução (Telegram))

    247 – No dia 17 de setembro de 2024, uma série de explosões de pagers abalou o Líbano, resultando na morte de nove pessoas e deixando pelo menos 2.750 feridos. Segundo informações da Al Jazeera, as explosões ocorreram simultaneamente em várias áreas do país e atingiram principalmente membros do Hezbollah, o grupo armado libanês. Entre as vítimas fatais, destaca-se Mohammad Mahdi Ammar, filho do deputado do Hezbollah Ali Ammar, e uma menina de oito anos. O Hezbollah confirmou que dois de seus combatentes estão entre os mortos.

    As explosões, que começaram por volta das 16h45 e duraram cerca de uma hora, resultaram em centenas de feridos graves, com muitos relatando lesões no rosto, mãos e estômago. O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, confirmou que mais de 200 pessoas estão em estado crítico. Até mesmo o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani, foi ferido nas explosões.

    Hezbollah aponta Mossad como responsável

    Pouco após o ocorrido, o Hezbollah responsabilizou Israel pelo ataque, mencionando especificamente o Mossad, o famoso serviço secreto israelense. "Nós responsabilizamos totalmente o inimigo israelense por esta agressão e garantimos que receberá o justo castigo por este pecado", afirmou o grupo em comunicado oficial. As acusações coincidem com a escalada de tensões entre Israel e o Hezbollah, que trocaram tiros ao longo da fronteira desde outubro de 2023, após um ataque devastador liderado pelo Hamas em território israelense.

    O ministro da Informação do Líbano, Ziad Makary, apoiou as acusações contra Israel. Apesar disso, como de costume, o governo israelense manteve silêncio, sem fazer comentários oficiais.

    Por que os pagers ainda são usados?

    Embora os pagers possam parecer uma tecnologia ultrapassada, eles ainda são amplamente usados por grupos como o Hezbollah por serem mais difíceis de interceptar do que celulares modernos. Os pagers utilizam ondas de rádio, em vez da internet, para enviar mensagens curtas, o que aumenta a segurança em comunicações sensíveis. No entanto, especialistas acreditam que os dispositivos possam ter sido sabotados ao longo da cadeia de fornecimento, levando às explosões simultâneas.

    Hamish de Bretton-Gordon, ex-oficial do exército britânico e especialista em armas químicas, especula que os pagers foram alterados para explodir sob comando. "Se as baterias de lítio foram manipuladas para superaquecer, isso poderia iniciar uma reação química que culminaria na explosão do aparelho", afirmou. No entanto, ele também destacou que, devido à natureza offline dos pagers, seria necessário um planejamento sofisticado para detonar os dispositivos remotamente.

    Uma ação coordenada e tecnológica?

    Ralph Baydoun, analista de dados consultado pelo Al Jazeera, sugeriu que o ataque poderia ter sido uma operação cuidadosamente planejada para atingir membros-chave do Hezbollah. "Não é necessário conhecer os nomes dos alvos. Após as detonações, seria possível coletar informações de inteligência ao monitorar os pedidos de socorro e localizar os operativos atingidos", explicou.

    A hipótese mais provável é de que o sistema de rádio dos pagers tenha sido hackeado, resultando na emissão de um sinal que ativou o mecanismo de explosão nos dispositivos adulterados. A ação, que parece ter sido cirurgicamente dirigida contra o Hezbollah, pode ter sido executada com a intenção de enfraquecer o grupo em meio à crescente tensão com Israel.

    Saiba o que é o Mossad

    O Mossad é o serviço de inteligência nacional de Israel, conhecido por suas operações secretas ao redor do mundo. Fundado em 1949, o Mossad desempenha um papel crucial na segurança de Israel, realizando missões que incluem espionagem, contra-terrorismo e ações de sabotagem. O órgão é frequentemente apontado como responsável por operações militares clandestinas em territórios estrangeiros, como a que teria ocorrido no Líbano, conforme as acusações do Hezbollah.

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