Hezbollah promete manter o apoio a Gaza e aos palestinos, a despeito do ataque israelense ao Líbano
Explosões de pagers em massa no Líbano deixam milhares de feridos
247 – Em meio a um cenário de escalada violenta no Oriente Médio, o grupo armado libanês Hezbollah declarou que as explosões de dispositivos de pager, que deixaram milhares de feridos no Líbano, não irão deter suas operações contra Israel. Segundo a emissora Al Jazeera, o Hezbollah emitiu um comunicado firme na terça-feira (17), acusando Israel de estar por trás dos explosivos. “A Resistência Islâmica no Líbano estende as mais calorosas condolências às famílias dos mártires que caíram ontem, seja na frente sul, em Blida e Majdal Silm, ou na agressão traiçoeira que atingiu dispositivos de comunicação", destacou o grupo. "Este caminho continuará e o inimigo pagará caro pela agressão."
Os dispositivos explosivos causaram destruição em áreas do sul do Líbano, onde a presença do Hezbollah é significativa, e afetaram a comunicação entre seus combatentes. As explosões resultaram na morte de 12 combatentes do Hezbollah, enquanto pelo menos 2.750 pessoas ficaram feridas. Autoridades de saúde libanesas confirmaram as fatalidades, mas Israel, até o momento, não comentou oficialmente sobre as acusações.
Em resposta à crise humanitária gerada pelos ataques, a Jordânia ofereceu assistência médica ao Líbano. O ministro interino de Relações Exteriores jordaniano, Ayman Safadi, conversou com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, para reafirmar o apoio à "segurança, soberania e estabilidade" do país, além de pedir o fim imediato da agressão israelense em Gaza e na Cisjordânia.
Apoio regional e internacional
A situação no Líbano atraiu atenção de outras facções regionais. O grupo iraquiano Kataib Hezbollah, apoiado pelo Irã, ofereceu enviar combatentes e equipamentos ao Hezbollah para reforçar suas operações. “Estamos plenamente preparados para ir com eles até o fim”, afirmou o grupo em comunicado ao Al-Monitor.
Enquanto isso, os rebeldes houthis do Iêmen, também apoiados pelo Irã, lançaram um míssil balístico em direção a Israel, alegando ter utilizado tecnologia hipersônica. O míssil percorreu cerca de 2.000 km até atingir uma área próxima ao aeroporto Ben Gurion, em Israel. No entanto, autoridades israelenses refutaram a alegação sobre a natureza hipersônica do míssil, afirmando que ele “não manobrou em voo”.
Consequências no campo militar
Além do impacto devastador das explosões no Líbano, a ofensiva contra o Hezbollah foi descrita por especialistas militares como um "golpe significativo" na capacidade de comunicação do grupo. David Des Roches, professor da Universidade de Defesa Nacional dos EUA, destacou à Al Jazeera que a perda de confiança nos equipamentos de comunicação internos representa um retrocesso importante para o Hezbollah. “Eles não terão mais a confiança necessária em suas comunicações em tempo real, algo crucial para uma organização que opera em rede como o Hezbollah", explicou.
A intensificação dos confrontos no sul do Líbano e em Gaza ocorre em um momento de extrema tensão na região, com Israel realizando operações militares na Faixa de Gaza. No sul do país, em Rafah, quatro soldados israelenses foram mortos por um dispositivo explosivo improvisado, intensificando ainda mais o conflito.
O Hezbollah, por sua vez, reafirmou sua determinação de continuar apoiando Gaza e resistindo à ocupação israelense, com a promessa de não recuar, independentemente da escala das ofensivas.
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