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Empresa taiwanesa nega envolvimento na fabricação de pagers explodidos por Israel no Líbano

Gold Apollo afirma que o produto foi fabricado sob licença e que não participou do design ou produção

Fundador e presidente da Gold Apollo, Hsu Ching-kuang (Foto: Reuters)

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247 – A empresa taiwanesa Gold Apollo, fabricante de dispositivos eletrônicos, negou na quarta-feira qualquer envolvimento direto na produção dos pagers usados em uma série de explosões no Líbano, que resultaram em nove mortes e deixaram quase 3.000 feridos. Em coletiva de imprensa realizada em Nova Taipei, o fundador e presidente da empresa, Hsu Ching-kuang, afirmou que os dispositivos em questão foram fabricados pela empresa BAC, que possui licença para utilizar a marca Gold Apollo. "O produto não é nosso. Apenas tinha a nossa marca," disse Hsu, em uma tentativa de esclarecer o envolvimento de sua empresa.

As explosões ocorreram simultaneamente em diversas regiões do Líbano na última terça-feira e, segundo fontes de segurança libanesas e outras fontes, os dispositivos foram manipulados por agentes da Mossad, o serviço de inteligência de Israel, para causar as detonações. Imagens dos pagers destruídos, analisadas pela Reuters, apresentavam características e etiquetas consistentes com os produtos fabricados pela Gold Apollo, o que gerou especulações sobre a responsabilidade da empresa taiwanesa no incidente.

Contudo, Hsu foi categórico em sua defesa. Ele explicou que a Gold Apollo autorizou a BAC a usar a marca da empresa para a venda de produtos em determinadas regiões, mas que o design e a fabricação dos dispositivos são inteiramente responsabilidade da BAC. Em um comunicado divulgado pela Gold Apollo, a empresa reforçou que o modelo AR-924, usado nas explosões, foi produzido e vendido pela BAC, e que não havia qualquer envolvimento direto da Gold Apollo na criação do produto.

Hsu também comentou sobre dificuldades financeiras que a empresa vem enfrentando com o licenciado. "As remessas financeiras eram muito estranhas," disse ele, mencionando que os pagamentos vinham através do Oriente Médio, sem entrar em mais detalhes.

Segundo fontes próximas ao Hezbollah, grupo militante libanês, os combatentes começaram a utilizar pagers acreditando que esses dispositivos poderiam evitar o rastreamento israelense de suas localizações. Questionado sobre como os dispositivos poderiam ter sido modificados para explodir, Hsu respondeu que não sabia como isso teria sido feito.

Durante a entrevista coletiva, representantes do governo de Taiwan e da polícia visitaram a sede da Gold Apollo. O Ministério da Economia de Taiwan divulgou um comunicado afirmando que não há registros de exportações diretas de pagers do país para o Líbano.

Para Hsu, a Gold Apollo é também uma vítima desse incidente e já planeja processar a BAC, a empresa licenciada. "Nós não somos uma grande empresa, mas somos uma empresa responsável," afirmou. "Essa situação é muito constrangedora."

A empresa espera que as investigações continuem para esclarecer seu envolvimento limitado no caso e proteger sua reputação em meio à crescente cobertura midiática sobre o incidente.

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