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"Os Brics estão criando uma nova ordem internacional", diz Shoban Saxena

BRICS busca consolidar a multipolaridade global e reduzir dependência do Ocidente, afirma especialista

(Foto: REUTERS | Divulgação )

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247 - O programa de Regina Zappa e Mário Vitor trouxe uma análise detalhada sobre a importância da 16ª Cúpula dos Brics, realizada em Kazan, Rússia. O encontro, considerado um marco para o bloco, foi destacado por Shoban Saxena, jornalista indiano e analista internacional, que participou da transmissão abordando os principais desdobramentos da reunião. A TV 247 deu destaque ao evento, enfatizando as implicações geopolíticas e econômicas das decisões tomadas.

Saxena sublinhou a importância desta cúpula, ressaltando que o encontro não apenas ampliou o grupo com novos membros permanentes, como Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia, mas também discutiu temas fundamentais para a redefinição das relações comerciais e econômicas globais. "Esta foi, sem dúvida, a cúpula mais importante na história dos Brics", afirmou o analista, destacando o papel central da Rússia como anfitriã e o fortalecimento da cooperação entre os países emergentes.

Entre os pontos mais relevantes discutidos em Kazan, Saxena destacou a criação de um sistema de pagamento alternativo ao dólar, com o intuito de facilitar o comércio entre os membros do bloco sem depender da moeda norte-americana. Essa proposta foi reiterada por lideranças como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, ambos defensores da desdolarização do comércio entre países do grupo. "Estamos testemunhando o início de um processo de criação de uma nova ordem financeira internacional", afirmou Saxena, em referência à busca por alternativas ao sistema Swift, que atualmente domina as transações bancárias globais.

Outro tema de destaque foi a pacificação entre Índia e China, dois gigantes econômicos e nucleares que, após anos de tensão na fronteira, sinalizaram uma nova fase de diálogo e cooperação. A mediação da Rússia nesse processo foi considerada fundamental, segundo o analista, que afirmou: "A cúpula dos Brics também serviu como palco para o início de um novo capítulo nas relações bilaterais entre esses dois países".

Além das questões econômicas e geopolíticas, a preservação ambiental também teve espaço nas discussões. A proteção de espécies ameaçadas, como os tigres na Índia e China, foi um dos pontos mencionados por Saxena como parte da agenda de desenvolvimento sustentável do bloco. Ele destacou que a cooperação para preservar a fauna local faz parte da visão de longo prazo dos Brics para o desenvolvimento conjunto.

O programa também mencionou a relevância da participação cultural entre os países membros, algo que ainda precisa ser mais explorado. "Precisamos de mais festivais, trocas culturais e interação entre nossos povos", sugeriu Saxena, indicando que o fortalecimento das relações entre os membros não deve se limitar às esferas políticas e econômicas.

Com a presidência do bloco passando para o Brasil no próximo ano, a expectativa é que as discussões avancem para a concretização dessas propostas, e que novos países possam se associar ao grupo. A expansão do Brics Plus, como está sendo chamado o bloco ampliado, sinaliza um realinhamento global com forte impacto nas relações internacionais.

O fortalecimento do bloco emergente, que representa mais de 40% da população mundial e já supera o PIB combinado do G7, mostra que o cenário internacional está em transformação. Para Saxena, "a cúpula de Kazan provou que os Brics são mais do que uma aliança econômica – eles são um projeto de uma nova ordem global".

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