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Reginaldo Nasser, "O Irã está num dilema: precisa reagir, mas sem desencadear uma guerra total"

Nasser analisa as tensões entre Israel e Irã em entrevista ao Boa Noite 247

(Foto: Reuters | Divulgação )

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247 - Em meio a um cenário internacional marcado por crescentes tensões, o analista Reginaldo Nasser destacou a improbabilidade de um acordo de paz duradouro no Oriente Médio durante uma entrevista ao programa Boa Noite 247. Segundo Nasser, “o acordo de paz é improvável. Com todos os problemas que Israel possa enfrentar, não está havendo nenhum revés importante até o momento.” O especialista enfatizou que, com o apoio militar dos Estados Unidos, Israel se sente livre para agir sem restrições, tornando-se uma "fera solta" no cenário global.

Nasser apontou que a situação do Irã é igualmente complexa, observando que “o Irã está numa situação complicada, tentando se manter no poder.” A tensão aumenta com as recentes declarações de Ahmadinejad, que mencionou a infiltração do Mossad no serviço de inteligência iraniano, um fator que, se confirmado, complicaria ainda mais a já frágil situação do país.

“O Irã está num dilema: precisa reagir, mas sem desencadear uma guerra total. Quem vai apoiar o Irã na região? Ninguém. O Irã está isolado, com algumas ações pontuais na Síria e no Iraque. A situação é muito difícil,” afirmou Nasser, ressaltando a precariedade da posição iraniana. Ele também mencionou que na ação anterior do Irã, alguns analistas sugeriram que o país estava testando o sistema de defesa de Israel, uma jogada arriscada em um ambiente já hostil.

Sobre a possibilidade de uma guerra total, Nasser disse que o único grupo que poderia entrar em conflito com Israel no momento é o Hezbollah, que, apesar de conhecer bem o terreno, enfrenta limitações significativas. Ele afirmou que “a força aérea não adianta” e que o Hezbollah “não consegue atacar Israel, não consegue se defender de nenhum ataque aéreo de Israel e, portanto, está numa situação muito frágil.”

O especialista também abordou a dinâmica de apoio internacional e a solidão do Irã em meio a esse cenário. “Não sabemos se China, Rússia ou algum outro país vão intervir diplomaticamente, junto com os Estados Unidos, mas eu duvido", disse Nasser. “O Irã está isolado... A situação é muito difícil.” Ele observou que, enquanto Israel recebe bilhões de dólares em ajuda militar americana, o Irã luta para se manter relevante.

Além disso, Nasser fez uma análise sobre a resposta do Irã a ataques israelenses. “Quem vai apoiar o Irã na região? Ninguém,” alertou, ressaltando que as ações de ambos os lados estão cercadas de incertezas e riscos.

O panorama apresentado por Nasser é sombrio. Ele expressou preocupação com a ascensão de uma extrema-direita no Líbano e o distanciamento das elites em relação à causa palestina. “Estou muito pessimista,” confessou. “A verdade se demonstra na prática.”

Com as eleições americanas se aproximando, a questão da política externa dos EUA também surge como um fator crucial. Nasser indicou que a oposição interna ao apoio de Israel pode ganhar força, especialmente entre eleitores mais progressistas e judeus anti-sionistas. “Acredito que a questão do Irã pode ganhar relevância,” finalizou. Assista: 

 

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