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Embaixador do Irã no Brasil chama Israel de inimigo da humanidade e compara ação militar dos dois países

O regime sionista “derrama com facilidade o sangue de crianças”, diz, na homenagem prestada ao líder do Hezbollah Nasrallah. Já o Irã, pontuou, poupa civis

Embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadiri (Foto: Reprodução)

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247 - O embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadiri, recebeu representantes de outras embaixadas, jornalistas e demais convidados para uma recepção na Embaixada em Brasília, em homenagem a Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, assassinado por Israel.

A cerimônia, realizada nesta quinta-feira, 3 de outubro, foi marcada por um discurso forte do embaixador iraniano, em que acusou o “o regime sionista fracassado” de cometer “atrocidades” e, apesar disso, não conseguir superar em um ano o “grupo cercado em Gaza” (o embaixador não menciona o nome Hamas, mas é a ele que se refere)

“O assassinato de heróis da luta não traz honra para seus assassinos. Um regime que, apesar de todas as suas atrocidades, não conseguiu, em um ano, superar um grupo cercado em Gaza, não pode ganhar respeito através de ações terroristas ou por meio de guerra psicológica e midiática com a ajuda de terceiros”, ressaltou.

Ghadiri disse ainda que a situação do governo de Israel é “muito pior do que imagina”.

“O regime sionista frascassado encontra-se em uma situação muito pior do que imagina. Eles estão presos no fogo do ódio e da ira de bilhões de pessoas amantes da liberdade e da justiça em todo o mundo, e não podem, com ferramentas de guerra psicológica e midiática, criar esperança para si mesmos ou para o povo cercado nos territórios ocupados”, pontuou, durante o discurso.

Ele também comparou os ataques de Israel em Gaza (e também no Líbano) aos do Irã no território israelense.

“Ao contrário do inimigo sionista, que em sua guerra covarde derrama com facilidade o sangue de crianças, mulheres e civis, e que há quase um ano mantém Gaza sob o mais severo bloqueio de alimentos, cuidados médicos e todas as necessidades humanas básicas, a República Islâmica do Irã, em sua legítima defesa, conforme o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, utiliza grande parte de sua energia militar com extrema precisão, focando em alvos militares e de segurança, tomando o maior cuidado para evitar danos a civis”, afirmou.

Em seu ataque a Gaza, Israel já matou mais de 40 mil pessoas – muitas delas, mulheres e crianças - e feriu quase 100 mil – muitas delas, amputadas. No Líbano, entre as vítimas do governo sionista, estão pelo menos três brasileiros – um deles, um adolescente de 15 anos de idade, morreu ao lado do pai, a quem ajudava na fábrica de embalagens da família.

“Um ativista da mídia na Turquia disse: O Irã atacou Tel Aviv com centenas de mísseis hipersônicos.Somente bases militares e de segurança foram alvos. Nenhum campo de refugiados foi atingido. Nenhum hospital foi atingido. Nenhuma mulher ou criança foi morta. Nenhum profissional de saúde ou jornalista foi morto”, declarou.

Por fim, o embaixador Abdollah Nekounam Ghadiri chamou Israel de “inimigo da humanidade”.

Abaixo, a íntegra do discurso.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

Nesta noite e neste local, reunimo-nos para expressar nossa gratidão por uma vida inteira de trabalho dedicado e vibrante, fundamentado em uma visão estratégica da região e no uso de todos os recursos para a causa da Palestina, Quds-Sharif, e o apoio ao povo oprimido de Gaza, incluindo dezenas de milhares de crianças, mulheres e homens inocentes, culminando na entrega da própria vida nesta sagrada missão.

Enviamos nossas saudações à alma grande e celestial de Sayyed Hassan Nasrallah e, após uma vida de esforços e luta em defesa da Palestina, rogamos a Deus pela sua paz eterna.

Agradeço aos estimados embaixadores presentes nesta cerimônia, aos membros das missões diplomáticas e a todos aqueles que, movidos por um dever humanitário e no contexto de apoio à resistência e à valorização do povo oprimido da Palestina, compareceram a este evento.

Talvez as crianças e o povo cercado na heroica Gaza, sob o fogo da opressão e dos crimes do regime sionista, possam pensar que perderam um de seus maiores defensores. No entanto, nosso encontro nesta cerimônia tem uma mensagem para todos os oprimidos e desamparados na Palestina: se uma bandeira cair das mãos de um herói, haverá outros heróis para levantá-la e garantir que essa luta continue até que a injustiça e a opressão sejam eliminadas.

O assassinato de heróis da luta não traz honra para seus assassinos. Um regime que, apesar de todas as suas atrocidades, não conseguiu, em um ano, superar um grupo cercado em Gaza, não pode ganhar respeito através de ações terroristas ou por meio de guerra psicológica e midiática com a ajuda de terceiros.

O regime sionista frascassado encontra-se em uma situação muito pior do que imagina. Eles estão presos no fogo do ódio e da ira de bilhões de pessoas amantes da liberdade e da justiça em todo o mundo, e não podem, com ferramentas de guerra psicológica e midiática, criar esperança para si mesmos ou para o povo cercado nos territórios ocupados.

Ao contrário do inimigo sionista, que em sua guerra covarde derrama com facilidade o sangue de crianças, mulheres e civis, e que há quase um ano mantém Gaza sob o mais severo bloqueio de alimentos, cuidados médicos e todas as necessidades humanas básicas, a República Islâmica do Irã, em sua legítima defesa, conforme o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, utiliza grande parte de sua energia militar com extrema precisão, focando em alvos militares e de segurança, tomando o maior cuidado para evitar danos a civis. 

Um ativista da mídia na Turquia disse: O Irã atacou Tel Aviv com centenas de mísseis hipersônicos.Somente bases militares e de segurança foram alvos.Nenhum campo de refugiados foi atingido.Nenhum hospital foi atingido.Nenhuma mulher ou criança foi morta.Nenhum profissional de saúde ou jornalista foi morto.

Os inimigos da humanidade, em sua guerra psicológica e midiática, chamam as forças autênticas de resistência na região e no mundo de forças que lutam em nome de outros.

Cada segmento da resistência é, por si só, um conjunto integrado de pensamento, ideologia, prática política e, claro, uma parte defensiva. Cada um de seus líderes é um grande comandante no campo de batalha, tomando e implementando decisões e estratégias no quadro de preservar os interesses e a dignidade humana.

A resistência na região não atua em nome de nenhum país. Pelo contrário, é um movimento que não depende nem mesmo de seus grandes líderes e comandantes. Tendo adquirido experiências valiosas em diversos campos, especialmente na última década, alcançou uma maturidade que, nas condições mais difíceis, rapidamente se reconstrói e se fortalece com base em suas experiências passadas.

Gostaria de mais uma vez prestar homenagem à posição elevada e única do grande líder da resistência no Líbano, que dedicou toda a sua vida valiosa à defesa da causa palestina, dos oprimidos, das crianças, das mulheres, dos homens e de cada centímetro do solo sagrado dessa terra. Que Deus conceda paz eterna à sua grande alma.

Agradeço sinceramente a todos os estimados convidados que aceitaram o nosso convite, especialmente aos respeitáveis embaixadores e membros das missões diplomáticas residentes em Brasília, bem como a todos os amigos e queridos presentes neste encontro.

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