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    Valter Pomar critica cobertura da imprensa brasileira sobre a Venezuela: "Contraste imenso com o que vivenciamos lá"

    Pomar relata experiência na Venezuela e denuncia distorções da grande mídia sobre o governo Maduro e a realidade social do país

    (Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria | Brasil247)
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    247 - Durante o programa Contramola, transmitido pela TV 247 no YouTube, o historiador e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, criticou duramente a cobertura da imprensa brasileira sobre a situação política da Venezuela. Segundo ele, a realidade no país caribenho é significativamente diferente da narrativa disseminada pela grande mídia. "O contraste é imenso com o que a gente lê nos jornais, nas revistas, com o que a gente ouve nas rádios e televisões da grande mídia", destacou.

    Pomar relatou sua recente viagem à Venezuela, onde participou da posse do presidente Nicolás Maduro. Integrando uma delegação brasileira composta por representantes do PT, da Fundação Perseu Abramo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Pomar afirmou ter testemunhado um ambiente de estabilidade e apoio popular ao governo venezuelano. "Estivemos em diversos eventos, visitamos comunidades, acompanhamos a posse e percebemos um clima de tranquilidade, bem diferente do cenário de violência e repressão que a mídia costuma divulgar", afirmou.

    O dirigente também comentou sobre a mobilização popular durante os eventos oficiais. Segundo ele, as manifestações pró-Maduro foram massivas e espontâneas, enquanto as manifestações da oposição foram pequenas e pacíficas. "Não houve repressão. A polícia apenas interveio para evitar confrontos entre manifestantes, que não aconteceram", disse. Para Pomar, a oposição venezuelana não conseguiu cumprir suas promessas de mobilização e de empossar simbolicamente Edmundo González, alegando falta de respaldo interno e externo.

    Pomar criticou ainda a postura do governo brasileiro, especialmente a nota emitida pelo Itamaraty, que considerou unilateral e desnecessária. Ele defendeu uma política externa mais coerente com a tradição de respeito à soberania dos países vizinhos. "Ficar emitindo opiniões sobre questões internas da Venezuela, sob o pretexto de apenas expressar uma opinião, acaba sendo uma forma de ingerência que fortalece a extrema direita venezuelana", opinou.

    O historiador também destacou o apoio popular e das Forças Armadas ao governo de Maduro como pilares essenciais para sua manutenção no poder. "O apoio popular é visível, organizado e mobilizado. Se Maduro tivesse apenas o apoio popular, sem o respaldo das Forças Armadas, já teria sido derrubado, como aconteceu com outros líderes legítimos na América Latina", afirmou.

    Valter Pomar aproveitou para criticar a difusão de fake news pela mídia internacional sobre a Venezuela. Ele citou casos recentes de desinformação, como a falsa notícia de prisão da opositora María Corina Machado, desmentida tanto pelo governo venezuelano quanto pela própria líder. "É fundamental que críticas sejam feitas com base em fatos, caso contrário, o debate se torna inviável", alertou.

    Por fim, Pomar defendeu a necessidade de o governo brasileiro reforçar a integração regional e reavaliar suas relações com governos de esquerda na América Latina, considerando o contexto geopolítico atual. "Ao Brasil interessa reconstruir a integração regional. Precisamos fazer um esforço de reaproximação com nossos vizinhos", concluiu. Assista:

     

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