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    Veroca, a filha de Rubens e Eunice Paiva, conversa com o 247 neste domingo sobre o filme “Ainda Estou Aqui”

    Veroca está muito bem impressionada com o resultado obtido pelo filme

    Filme Ainda Estou Aqui (Foto: Divulgação)

    Por Denise Assis (247) - Durante mais de uma hora, Vera Paiva, a Veroca – como passou a ser conhecida desde que a saga de sua família, os Paiva, foi parar no cinema –, conversou com o “Denise Assis Convida” (que vai ao ar no próximo domingo, às 12h). Num bate-papo espontâneo, falou dos irmãos, da convivência com a mãe, Eunice Paiva, principal personagem do filme com direção de Walter Salles e interpretada pela atriz Fernanda Torres, e da emoção de ver mais de mil pessoas se levantarem e explodirem em aplausos, com duração de 10 minutos, no festival de Veneza.

    “Foi a primeira vez que vi o filme na telona”, revela. Isto, por si só, já teria sido uma grande emoção, mas a forma como a história foi entendida e acolhida pegou a psicóloga social, Veroca, de surpresa. “Foi uma explosão”, confessa.

    Uma das suas observações sobre esse momento foi a de que todos da família estão se sentindo “muito expostos”, mas logo emenda: “nós concordamos com isso, com plena consciência de que era importante contar essa história”, esclarece.

    A história a que Veroca se refere é a do trágico “desaparecimento” de seu pai, Rubens Paiva, pela ditadura civil-militar. Ex-deputado pelo PTB – partido do ex-presidente João Goulart – e engenheiro bem-sucedido, ele foi levado de casa, no Leblon, no feriado do padroeiro, São Sebastião, em 20 de janeiro de 1971. Sua casa foi invadida pelos homens do Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), que ali permaneceram durante dias, trancados com Eunice Paiva, a esposa do deputado, e os cinco filhos do casal. Depois do sumiço do pai, também sua mãe, Eunice Paiva, e sua irmã, Eliana, de apenas 15 anos, foram presas e levadas para o DOI-CODI – Departamento de Operações de Inteligência – um centro de prisão e tortura do Primeiro Exército, na Rua Barão de Mesquita, no bairro da Tijuca (Zona Norte).

    O motivo da prisão de Eunice e de Eliana, hoje se deduz, teve o intuito de pressionar Rubens Paiva a “entregar” nomes de pessoas que tinham ligação com a resistência à ditadura. Depois de passar pela base aérea do Galeão, onde já começou a ser torturado, Paiva foi transferido para o DOI-CODI. Ali, teria sido levado a uma sala de onde podia ver a filha e a mulher. A visão fez com que reagisse, despertando a ira de seus algozes, que o torturaram até a morte.

    Veroca está muito bem impressionada com o resultado obtido pelo filme, que já foi visto nos cinemas brasileiros por mais de um milhão de pessoas. Sobre a interpretação de Fernanda Torres como Eunice, comentou: “É tão boa que tive ímpeto de chamá-la de mamãe”. Assista:

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