“Vivemos em sociedades politicamente democráticas, mas socialmente fascistas”, diz Boaventura de Sousa Santos
A análise incisiva de Boaventura de Sousa Santos revela as contradições das democracias contemporâneas e os desafios globais em ascensão
247 - Em uma entrevista exclusiva ao programa Giro das Onze da TV 247, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos fez uma análise sobre a atual conjuntura política e social não só de Portugal, mas também do mundo.
"Vivemos em sociedades politicamente democráticas, mas socialmente fascistas", declarou Sousa Santos, lançando luz sobre uma realidade que muitas vezes passa despercebida.
O sociólogo destacou que, em 2008, não havia partido de extrema-direita em Portugal, mas desde então testemunhou-se um crescimento desse espectro político, um fenômeno que não é exclusivo do país, mas sim global. "O crescimento da extrema direita é um fenômeno global, financiado globalmente por muitos think-tanks. Os que financiam a extrema-direita no Brasil também financiam a extrema-direita em Portugal", explicou..
O sociólogo também criticou a relação entre capitalismo e democracia, argumentando que "o capitalismo não é mais compatível com a democracia". Ele atribuiu parte desse problema à influência da Comissão Europeia, que considera neoliberal e conservadora, destacando que "a social-democracia abandonou completamente o povo".
Essa crítica estende-se ao neoliberalismo, que Sousa Santos descreveu como "a transferência de riqueza dos pobres e das classes médias para os ricos". Ele também alertou para a organização global do neoliberalismo, enfatizando que "qualquer desobediência é punida".
Além disso, Sousa Santos expressou preocupação com a crescente instabilidade global. "Estamos entrando em um período de grande instabilidade", alertou.
O sociólogo chamou atenção para o perigo do crescimento do fascismo quando afirma que "Israel hoje manda nos Estados Unidos", apontando para dinâmicas geopolíticas complexas que permeiam as relações internacionais.
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