Yanis Varoufakis discute a verdade por trás do conflito Israel-Palestina em 7 de outubro
Economista expõe as raízes históricas do conflito, denunciando a violência e os crimes de guerra de ambos os lados, enquanto desafia a narrativa dominante
247- Em um vídeo compartilhado no YouTube, o renomado economista Yanis Varoufakis ofereceu uma análise contundente sobre o ataque de 7 de outubro de 2023, em Israel, e a longa história de violência que permeia o conflito israelense-palestino. Segundo ele, a data marca um ponto crucial para a compreensão do conflito, cujas origens remontam à colonização e à opressão histórica dos palestinos.
"O mundo parou de ter um álibi em 7 de outubro", afirmou Varoufakis. Ele critica fortemente a cobertura da mídia ocidental e o papel de governos influentes, que, segundo ele, buscam distorcer os eventos ao retratar os ataques exclusivamente como "um massacre de israelenses". Para Varoufakis, esta visão ignora o contexto maior: o bloqueio de Gaza e a opressão sistemática dos palestinos ao longo das últimas décadas.
De acordo com o economista, a destruição da cerca que cerca a Faixa de Gaza, descrita por ele como "o maior campo de prisão a céu aberto do mundo", é um ato de resistência legítimo. Ele defende que os palestinos, sendo mantidos em um "campo de concentração" moderno, têm o "direito e o dever" de resistir à opressão. No entanto, Varoufakis é enfático ao condenar qualquer violação de direitos humanos e crimes de guerra, incluindo o sequestro de civis, que considera inaceitável sob qualquer circunstância.
Crítica ao apoio internacional
Varoufakis também questiona o apoio contínuo dos governos ocidentais a Israel, apesar do que ele classifica como um "genocídio acelerado" dos palestinos. Ele compara a situação atual à colonização de terras indígenas na América do Norte e na Austrália, onde os povos nativos foram sistematicamente eliminados ou confinados em reservas. Para ele, o apoio ao projeto sionista é uma extensão lógica da história do colonialismo europeu, onde populações nativas são dizimadas para abrir caminho a colonos brancos.
"O que aconteceu na Palestina tem sido testado e aprovado por essas potências. O que é os Estados Unidos? Um projeto colonial branco", declarou. Ele enfatiza que o conflito entre Israel e Palestina não pode ser visto de forma isolada, mas sim como parte de um processo histórico de colonização e opressão que tem sido replicado por séculos.
A difícil luta contra o apartheid israelense
Em sua fala, Varoufakis traça paralelos entre o apartheid da África do Sul e a situação na Palestina, observando que, enquanto o apartheid sul-africano dependia da força de trabalho negra, o regime israelense pode sobreviver sem a força de trabalho palestina devido à imigração de judeus da ex-União Soviética e outros trabalhadores estrangeiros.
"O apartheid sul-africano precisava da mão de obra negra. O apartheid israelense não precisa mais dos palestinos. Se pudessem apertar um botão e eliminar todos os palestinos, eles o fariam", criticou o economista.
Para Varoufakis, a luta contra o apartheid israelense é ainda mais desafiadora porque o sistema global de poder está mais alinhado com os interesses israelenses do que estava com os interesses dos supremacistas brancos na África do Sul.
A resposta internacional e o papel da mídia
O economista conclui criticando a narrativa geopolítica construída pela mídia ocidental, que, segundo ele, desvia a atenção do genocídio em Gaza para questões mais amplas, como a escalada do conflito para outros países da região, incluindo Líbano e Irã.
"O que Netanyahu está fazendo é expandir e escalar a guerra para que falemos sobre armas nucleares, sobre o Irã, sobre o Líbano do Sul, em vez de focarmos no verdadeiro problema, que é o genocídio dos palestinos em Gaza, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia", alertou.
Varoufakis apela à comunidade internacional para que mantenha o foco na liberdade da Palestina, argumentando que, enquanto este conflito não for resolvido, outros debates geopolíticos são secundários.
A análise de Varoufakis apresenta uma visão crítica do conflito Israel-Palestina, desafiando as narrativas dominantes e enfatizando a necessidade de uma justiça internacional que seja aplicada de forma equitativa, sem distinções. Assista:
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