Absolvido, Daniel Alves deu cinco versões diferentes sobre suposto caso de estupro
Tribunal da Catalunha anulou condenação do ex-jogador por unanimidade; defesa alegou relação consensual e inconsistências no processo
247 - A Justiça da Catalunha, na Espanha, absolveu nesta sexta-feira (28) o ex-jogador brasileiro Daniel Alves da condenação por estupro. A informação foi divulgada inicialmente pela emissora Antena 3. De forma unânime, o Tribunal Superior da Catalunha anulou a sentença anterior, que havia condenado o atleta a quatro anos e seis meses de prisão pela acusação de violência sexual contra uma jovem em uma boate de Barcelona.
A decisão representa uma reviravolta no caso que ganhou repercussão internacional desde janeiro de 2023, quando a denúncia veio à tona. Segundo o tribunal, houve falhas processuais e contradições relevantes que motivaram a anulação da pena.
Desde que o caso se tornou público, Daniel Alves apresentou cinco versões diferentes sobre o episódio. Inicialmente, negou até mesmo conhecer a denunciante. Com o avanço das investigações e a apresentação de provas, como imagens das câmeras de segurança da boate, o ex-jogador foi modificando seus relatos, até admitir que houve relação sexual, embora, segundo ele, de forma consensual.
As versões de Daniel Alves sobre o caso, segundo o G1:
Veja a seguir um resumo das declarações dadas por Daniel Alves desde o início do processo:
- Início de janeiro de 2023 – negação total Em vídeo enviado ao canal espanhol Antena 3, logo após a denúncia vir à público, Daniel Alves afirmou categoricamente: "Nunca vi essa senhora na vida." Na ocasião, ele ainda não sabia da existência das imagens de câmeras internas da boate.
- Janeiro de 2023 – depoimento inicial à polícia Dias depois, em seu primeiro depoimento formal à polícia, o jogador disse que havia entrado no banheiro com a jovem, mas voltou a negar que qualquer tipo de relação sexual tenha ocorrido.
- 20 de janeiro de 2023 – alegação de sexo oral consensual No segundo depoimento prestado à polícia de Barcelona, já no momento em que foi preso em flagrante, Daniel Alves mudou novamente a narrativa. Confrontado com as imagens da boate, afirmou que houve sexo oral, mas reforçou que a prática foi consensual.
- 17 de abril de 2023 – relação sexual com penetração Já em prisão preventiva, o ex-jogador declarou à juíza do caso que houve, de fato, penetração, também consensual. O argumento apresentado foi o de que havia mentido anteriormente para ocultar uma traição à então esposa, a modelo espanhola Joanna Sanz, pois não queria destruir seu casamento.
- 7 de janeiro de 2024 – julgamento e embriaguez Durante o julgamento, interrogado por sua própria defesa, Daniel Alves chorou e disse que havia consumido bebida alcoólica em excesso na noite dos fatos. Não negou o ato sexual, mas reforçou que houve consentimento mútuo.
A sequência de versões diferentes ao longo do processo foi um dos principais pontos criticados pela acusação, que apontava tentativa de confundir os fatos. No entanto, a defesa argumentou que o réu não mentia sobre o crime, mas sobre aspectos da relação que envolviam sua vida pessoal.
A decisão da Justiça da Catalunha encerra, por ora, um dos casos judiciais mais midiáticos envolvendo um atleta brasileiro nos últimos anos.
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