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      Dirigente do Vasco relata como gestão da 777 Partners elevou dívida do clube em R$ 350 milhões: "Ignoraram os alertas"

      Felipe Carregal, vice-presidente jurídico do clube, aponta contratações inflacionadas e negligência no combate à dívida como causas do passivo bilionário

      (Foto: Reprodução )
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal, criticou a gestão da 777 Partners, atribuindo a ela o aumento de R$ 350 milhões na dívida do clube. Ele afirmou que a empresa "ignorou todos os alertas" referentes à necessidade de redução do passivo e realizou contratações inflacionadas, elevando a dívida total para R$ 1,4 bilhão. ​As informações são do portal Globo Esporte.

      Carregal destacou que, ao assumir a gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), a 777 Partners encontrou uma dívida inicial de R$ 700 milhões. Ele enfatizou que a prioridade deveria ter sido a quitação desse montante para evitar o acúmulo de juros e correções. "Se você tem uma empresa que, na origem, está devendo R$ 700 milhões, o que você faz? Qual é a primeira medida que tem que tomar? Tem que atacar essa dívida", explicou o dirigente. ​

      No entanto, segundo Carregal, a 777 Partners não adotou essa estratégia, mesmo após repetidos alertas do Conselho Fiscal do clube sobre a necessidade de reduzir o endividamento. "Eles sabiam que não tinham capacidade de controlar as finanças da SAF sem atacar a dívida, isso está claro nos pareceres do Conselho Fiscal. Eles simplesmente ignoraram todos os alertas que foram dados", completou. ​

      Além disso, o vice-presidente jurídico criticou as contratações realizadas pela 777 Partners, afirmando que muitas ocorreram com valores acima do mercado, com jogadores recebendo salários superiores aos de clubes anteriores, sem justificativa aceitável. "Alguns jogadores chegaram ao Vasco ganhando três, quatro, cinco vezes mais que ganhavam em outros times, sem nenhuma justificativa aceitável para isso", afirmou Carregal. ​

      Venda do Vasco para a 777 Partners

      Em fevereiro de 2022, o Vasco da Gama oficializou a venda de 70% de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o grupo norte-americano 777 Partners, em um acordo avaliado em R$ 700 milhões. A transação foi considerada a maior da história do futebol brasileiro e ocorreu após a aprovação da Lei das SAFs, que permitiu aos clubes nacionais adotarem novas estruturas legais e buscarem investimentos privados.​

      Lei da SAF funcionou com tábua de salvação para clubes endividados

      A transformação dos clubes em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) ganhou destaque no Brasil após a regulamentação da Lei nº 14.193/2021, que estabeleceu normas especiais de governança corporativa e criou novos mecanismos de financiamento para a atividade futebolística.

      Nos últimos anos, diversos clubes brasileiros adotaram o modelo SAF. Sete dos dez primeiros colocados na Série A do Campeonato Brasileiro de 2024 adotaram esse modelo de gestão, sendo que três deles estavam no G6: Botafogo, Fortaleza e Bahia. Os outros quatro são Cruzeiro, Atlético-MG, Athletico e Vasco.​

      A implementação das SAFs tem se consolidado como uma saída para a viabilidade econômica de clubes em dificuldades financeiras históricas, como Vasco e Botafogo.

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