Conflito de interesses: senador que defende retirada de refrigerantes do 'imposto do pecado' é dono de fábrica
Vanderlan Cardoso, autor de emenda, é sócio de empresa do setor e contesta tributação, alegando impacto econômico e falta de relação direta com a obesidade
247 - O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), autor da emenda aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que exclui bebidas açucaradas do chamado “imposto do pecado”, enfrenta questionamentos sobre possível conflito de interesses devido à sua ligação com a indústria de alimentos. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal Metrópoles.
Cardoso é fundador e sócio da Cicopal, uma empresa de alimentos industrializados com capital de R$ 30,6 milhões, que fabrica refrigerantes e energéticos. Caso a proposta seja aprovada sem alterações no plenário do Senado, a companhia será beneficiada pela exclusão dos refrigerantes da nova taxação.
De acordo com o site da empresa, Vanderlan e sua esposa, Izaura Cardoso, fundaram a Cicopal em 1993. O registro da Receita Federal confirma que Izaura aparece como administradora de duas empresas sócias da Cicopal.
Ao justificar sua emenda, o senador argumenta que a inclusão de bebidas açucaradas no “imposto do pecado” seria “discriminatória”, alegando que não há uma “ligação direta” entre o consumo desses produtos e a “incidência de obesidade no país”. “A proposta de taxar bebidas açucaradas não se alinha com a realidade brasileira e suas particularidades nutricionais e econômicas. Políticas mais eficazes e abrangentes, focadas na educação nutricional e na conscientização sobre consumo moderado, seriam mais apropriadas para tratar questões de saúde pública como a obesidade”, defendeu o parlamentar.
Em nota, Vanderlan destacou que apresentou ao todo 30 emendas ao relatório da reforma tributária elaborado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). Segundo ele, as sugestões acolhidas beneficiam setores que geram empregos e impulsionam a economia.
“A maioria desses setores é forte gerador de empregos, contribui com o pagamento de impostos, movimenta a economia e realiza enormes investimentos”, afirmou a assessoria do parlamentar.
O texto ressalta ainda que as emendas foram debatidas publicamente nas comissões do Senado, com apoio de parlamentares de diferentes partidos. “Os pleitos atendidos são públicos, amplamente discutidos e baseados em fundamentos técnicos e econômicos.”
A decisão final sobre a inclusão ou não das bebidas açucaradas no “imposto do pecado” será tomada pelo plenário do Senado, ainda sem data definida para a votação.
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