Dia da Consciência Negra: Fenae cita avanços no combate ao racismo e também menciona estatísticas preocupantes no Brasil
A Pnad Contínua mostrou que mais de 56% da população brasileira se autodeclara negra (preta ou parda)
247 - O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, citou alguns dados estatísticos e defendeu a continuidade de mobilizações, para diminuir a desigualdade racial no Brasil. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE do segundo trimestre mostrou que 56,7% da população brasileira se autodeclara negra (preta ou parda). A avaliação revela que a taxa de desocupação dos negros ficou em 8,0%, enquanto a dos não negros foi de 5,5%. Quando o recorte é feito pelo gênero, a disparidade é maior ainda. Entre as mulheres negras, a taxa de desocupação é 10,1%, mais do que o dobro da taxa entre homens não negros (4,6%).
“A luta contra o racismo é uma causa que deve ser abraçada por todos, não apenas pela população negra. Quanto mais igualdade de direitos e oportunidades, mais a sociedade se desenvolve. A história do Brasil está intimamente ligada à história das pessoas negras. Garantir igualdade de oportunidades é uma reparação necessária para um povo que enfrentou mais de três séculos de escravidão”, destaca. “Precisamos praticar a célebre frase de Angela Davis: ‘Numa sociedade racista, não basta não ser racista; é necessário ser antirracista.’ Isso significa que o racismo deve ser combatido diariamente por todos”, afirmou Takemoto.
Em sua página, a Fenae afirmou que luta em "defesa do banco público e dos direitos dos empregados". "O foco é a integração dos empregados do banco público por meio de eventos políticos, sociais, culturais e esportivos", publicou.
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, também é conhecido como Dia Nacional de Zumbi dos Palmares. Foi uma homenagem ao último líder do Quilombo dos Palmares no século 17 , ou XVII. Conforme historiadores, Zumbi liderou um complexo de quilombos na região da Serra da Barriga, então parte da Capitania de Pernambuco, atualmente localizada em Alagoas. Após anos de resistência e luta, Zumbi foi capturado e morto em 20 de novembro de 1695. O dia 20 de novembro foi instituído como data comemorativa em 2011 e, em 2023, passou a ser reconhecido oficialmente como feriado nacional.
Com o objetivo de alertar para a importância da data, a Fenae mencionou estatísticas da Pnad Contínua. Segundo os números, 45,2% da população negra trabalha informalmente. Entre as mulheres, 45,6% trabalhavam sem carteira assinada e não contribuíam com a Previdência Social. As mulheres negras ganham 38,9% a menos do que as mulheres brancas; 53,7% do que os homens brancos; e 20,3 a menos do que os homens negros. Por sua vez, os homens negros ganham 41,9% do que os homens brancos e 23,3% a menos do que as mulheres brancas.
Avanços
Apesar das desigualdades, o movimento negro teve algumas conquistas nos últimos anos, como a Lei de Cotas, de 2012, que reservou 50% das vagas em universidades e institutos federais para alunos negros, indígenas ou que cursaram o ensino fundamental e médio no ensino público; a Lei da Igualdade Racial, que garante à população negra o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica; o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado 20 de novembro; e a criação da Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, que apura e acompanha os casos de racismo e discriminação racial no País.
Mesmo com os avanços conquistados ao longo dos anos, a persistência do racismo, da desigualdade, da falta de oportunidades e das tentativas de apagamento da cultura africana mostram que a sociedade brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer para superar a desigualdade racial. O racismo, crime inafiançável, baseia-se na ideia de que um grupo racial é inferior a outro devido a características físicas, como a cor da pele, o formato do nariz e a textura do cabelo.
O Dia da Consciência Negra é uma oportunidade essencial para reconhecer e valorizar a história, a cultura e a luta das pessoas negras, além de reforçar a importância de combater o preconceito e a discriminação racial.
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