Lewandowski propõe regulação sobre uso da força policial após episódio em São Paulo
Ministro da Justiça defendeu normas federais para abordar abusos enquanto PEC da Segurança Pública enfrenta resistência
247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (5) que sua pasta, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), estuda a criação de um ato normativo para regular o uso da força policial em abordagens no Brasil. A declaração foi feita durante a 10ª reunião do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, poucos dias após um caso de violência policial em São Paulo que ganhou repercussão nacional, destaca a Folha.
O episódio em questão ocorreu na zona sul da capital paulista, onde um policial militar foi flagrado jogando um homem do alto de uma ponte no bairro Vila Clara, no distrito de Cidade Ademar. O soldado foi preso a pedido da Corregedoria da Polícia Militar, mas o caso reacendeu o debate sobre o uso desproporcional da força policial no país.
Durante a reunião, Lewandowski condenou o ocorrido, classificando a atitude como inaceitável, mas ponderou que acredita se tratar de um caso isolado. “Não podemos compactar esses casos em que esperamos e confiamos que sejam casos isolados contra os civis e, por sua vez, contra pessoas que são meros suspeitos”, afirmou.
Questionado sobre a frequência de abusos nas forças de segurança, Lewandowski reconheceu que casos graves têm sido amplamente noticiados. “Realmente, a imprensa tem noticiado casos graves de abusos nesse sentido, de desrespeito total pelos direitos e garantias fundamentais das pessoas em nosso país por parte das forças de segurança, o que é inadmissível. A maioria dos membros das polícias militares e civis cumpre a Constituição e a lei”, declarou.
PEC da Segurança Pública e resistência estadual
O debate sobre a violência policial ocorre em meio à defesa de Lewandowski pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, de sua autoria. A proposta centraliza no governo federal as diretrizes das forças de segurança pública em todo o país, incluindo a criação de uma Polícia Ostensiva Federal para substituir a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No entanto, a PEC enfrenta resistência de governadores e secretários de segurança pública, que apontam para a perda de autonomia estadual no controle de suas polícias. Esses segmentos elaboraram uma contraproposta, que exclui mudanças como o fortalecimento das atribuições da Polícia Federal e a criação de uma nova força ostensiva.
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