Execução do PCC: polícia suspeita de seguranças em escolta de homem
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi baleado no aeroporto, nesta sexta-feira
247 - A morte de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ex-corretor de imóveis e delator de esquemas da facção criminosa PCC, levantou suspeitas sobre a atuação dos seguranças que o acompanhavam. De acordo com reportagem da TV Globo, as circunstâncias da execução, ocorrida no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, indicam que uma possível falha na escolta teria facilitado a ação dos assassinos.
Segundo os seguranças, o veículo que buscaria Gritzbach quebrou durante o trajeto até o aeroporto. Como alternativa, um dos policiais responsáveis por sua segurança decidiu prosseguir com a escolta em outro carro, levando o filho de Vinicius. Os demais seguranças permaneceram onde o veículo teria apresentado problemas. Essa escolha de não abandonar o carro e garantir a presença de todos na chegada do empresário ao aeroporto é uma das atitudes que as autoridades investigam. Um investigador comentou à TV Globo que, considerando o histórico de ameaças, o mais lógico seria que todos seguranças acompanhassem Gritzbach no terminal, sem deixar a escolta fragmentada.
Além das inconsistências nos relatos, os investigadores descobriram que os assassinos pareciam estar informados sobre o horário exato do desembarque de Gritzbach, sugerindo que ele vinha sendo monitorado desde Goiás. A suspeita é que os matadores tenham sido alertados sobre o momento exato do desembarque para agir no instante em que ele deixou o saguão. O celular de Gritzbach foi apreendido pela polícia e passará por perícia; as mensagens poderão oferecer novos detalhes sobre o planejamento do crime.
A vingança e a delação: possíveis motivações do crime
Gritzbach, ex-corretor de imóveis com longa atuação no mercado, havia se tornado alvo do PCC ao colaborar com o Ministério Público e revelar informações sobre operações ilícitas da facção. Nos depoimentos, ele trouxe detalhes sobre a estrutura criminosa, além de fornecer "pistas de ilícitos cometidos pela facção", disse a TV Globo. Apesar de o MP de São Paulo ter oferecido proteção, ele recusou as medidas de segurança.
Fontes próximas ao empresário indicaram que ele estava ciente de que sua colaboração com as autoridades era do conhecimento de desafetos. "Ele temia pela própria vida", relataram conhecidos, acrescentando que Gritzbach era cauteloso com sua rotina e círculo próximo.
O histórico de envolvimento com o crime e a ascensão na facção
Gritzbach tornou-se figura-chave para o PCC ao atuar com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, que utilizava o corretor para a aquisição de imóveis. Cara Preta, um dos líderes na movimentação de milhões em drogas e armas para o PCC, usava “laranjas” oferecidos por Gritzbach para disfarçar a posse dos bens. Mais tarde, com o aumento do capital da facção, Gritzbach sugeriu a entrada no mercado de criptomoedas, e Cara Preta teria investido R$ 200 milhões com ele. Contudo, a parceria desmoronou em 2021, quando Cara Preta foi assassinado após uma disputa financeira. Segundo o MP, Gritzbach teria sido o mandante do crime para não devolver o valor milionário do investimento.
Com as investigações em andamento, os quatro seguranças envolvidos serão interrogados e seus celulares apreendidos para análise.
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