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Água tratada perdida poderia abastecer por um ano os mais de 32 milhões de brasileiros que vivem sem o recurso

Estudo de Perdas de Água 2024 calcula as perdas que ocorrem durante o processo de abastecimento

(Foto: Sabesp/Divulgação)

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247 - O Estudo de Perdas de água 2024, publicado pelo Instituto Trata Brasil (ITB), mostrou que o volume total de água não faturada em 2022 chegou a cerca de 7 milhões de m³, mais do que o suficiente para abastecer por um ano os cerca de 32 milhões de brasileiros que vivem sem o recurso. O levantamento foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis, 2022) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país (incluindo as capitais dos estados), que figuraram no Ranking do Saneamento de 2024.

A pesquisa calcula as perdas que ocorrem durante o processo de abastecimento de água, que podem ocorrer por motivos como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas, o que deixa mais caro o sistema como um todo, prejudicando, em última instância, todos os usuários.

No Brasil, a definição de nível aceitável de perdas de água foi definida pela Portaria 490/2021, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que indica que para um município contar com níveis excelentes de perdas, deve ter no máximo 25% em perdas na distribuição e 216 L/ligação/dia em perdas por ligação. 

Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas físicas (vazamentos), o volume (mais de 3,6 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 54 milhões de brasileiros em um ano. Esta quantidade equivale a mais de um quarto da população do país em 2022.

Com o cenário de mudanças climáticas, os desafios para a disponibilidade hídrica nos mananciais se tornam cada vez mais evidentes. As perdas reais afetam diretamente os custos de produção e a demanda por água. Neste sentido, um elevado nível de perdas reais equivale a uma captação e a uma produção superiores ao volume efetivamente demandado, gerando ineficiências nos seguintes âmbitos: 


Desequilíbrios na produção de água: maior custo dos insumos químicos, energia para bombeamento, entre outros fatores de produção; Maior custo de manutenção da rede e de equipamentos; Uso excessivo da capacidade de produção e de distribuição existente; Maior custo oriundo da possível utilização de fontes de abastecimento alternativas de menor qualidade ou de difícil acesso.


Desequilíbrios ambientais: pressão excessiva sobre as fontes de abastecimento do recurso hídrico, uma vez que se capta mais água do que efetivamente chega à população; e Maior custo posterior para mitigação dos impactos negativos dessa atividade (externalidades).

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