BNDES assina acordos para projetos de concessão de florestas
O objetivo é a elaboração de projetos de concessão de unidades de conservação de uso sustentável que incluam restauração e manejo ambiental como atividade econômica
247 - Presidido por Aloizio Mercadante, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez nesta sexta-feira (3) uma assinatura junto ao ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), comandado por Marina Silva, em Brasília (DF), para um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo é a elaboração de projetos de concessão de unidades de conservação de uso sustentável que incluam restauração e manejo ambiental como atividade econômica.
O BNDES vai arcar com 100% dos estudos para as florestas na Amazônia, com investimentos de até R$ 30 milhões, para atrair mais projetos estaduais. A informação foi divulgada pelo diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco, Nelson Barbosa. O Serviço Florestal Brasileiro pretende conceder mais de 2,9 milhões de hectares até 2026, afirmou o diretor-geral da instituição, Garo Batmanian.
Em janeiro deste ano, a instituição presidida por Mercadante e o BID assinaram acordo no valor de US$ 1 milhão para a estruturação de projetos em unidades de conservação na Amazônia, como a Floresta Nacional do Jamanxin (PA) e a Floresta Nacional de Anauá (RR), além do Parque Nacional de Anavilhanas e do Parque Nacional do Jaú, ambos no Amazonas.
Atualmente, BNDES tem, com o SFB, estudos que totalizam cerca de 9 milhões de hectares na Amazônia. Em 2024, quatro áreas já serão objeto de consulta pública e lançamento de edital para concessão: Floresta Nacional do Bom Futuro (RO), Gleba Castanho (AM), Floresta Nacional do Iquiri (AM) e Floresta Nacional do Jatuarana (AM).
Para o novo acordo de cooperação com o SFB, o BNDES apoiará os projetos de concessão da Floresta Nacional de Bom Futuro (em Rondônia), com 17 mil hectares em desmatamento acumulado, e da Gleba João Bento (Rondônia e Amazonas), com 55.872 hectares em desmatamento acumulado. Será o primeiro projeto de concessão para restauração de área degradada com a obtenção de receitas a partir da venda do crédito de carbono ou dos produtos florestais gerados a partir do reflorestamento.
“Vamos disponibilizar para o governo e para as populações das áreas, qual o resultado dos estudos, quais são os investimentos, qual a receita, quantos empregos serão gerados e qual é a rentabilidade e a atratividade para quem vai investir”, disse Barbosa, acrescentando o potencial de receita com a geração de crédito de carbono. “Crédito de carbono, que tem um preço internacional que só tende a crescer, tende a ser a principal receita no futuro.”
De acordo com a ministra Marina Silva, “quando a gente dá o uso correto para a floresta, para a biodiversidade, para o uso da terra, para os nossos sistemas de produção, nós estamos tentando reverter o que leva à mudança do clima”. “E, com certeza, fazer restauração significa a gente dar uma dupla ou uma tripla contribuição. É a contribuição que nós vamos sequestrar carbono, é a contribuição porque nós vamos estabelecer formas inovadoras de manejo, é a contribuição que a gente vai gerar emprego e renda”, disse.
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