Cientista alerta para risco de nova extinção em massa: ‘maior e mais rápida que o planeta já viu’
O alerta vem do cientista britânico Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London
247 - O planeta está caminhando para uma nova e devastadora extinção em massa — maior e mais acelerada do que qualquer outra registrada na história geológica da Terra. O alerta vem do cientista britânico Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, e um dos autores do relatório de 2024 da The Lancet sobre saúde e mudanças climáticas. As declarações foram feitas durante o evento internacional Forecasting Healthy Futures Global Summit, realizado nesta semana no Rio de Janeiro. A reportagem é da Agência Brasil.
Montgomery afirmou que, diante do ritmo atual das emissões de gases de efeito estufa e da elevação da temperatura global, o planeta pode enfrentar um cenário semelhante ao da extinção do Período Permiano — que, entre 299 e 251 milhões de anos atrás, exterminou cerca de 90% das espécies vivas. Para o cientista, “a extinção pode ser ‘a maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso’”.
O pesquisador destacou que o ponto crítico para uma catástrofe global pode ser atingido se a temperatura média da Terra ultrapassar os 3 °C em relação aos níveis pré-industriais. Atualmente, o aumento já chegou a 1,5 °C, o maior registrado na história moderna. Caso as emissões continuem no ritmo atual, a projeção é que a temperatura suba 2,7 °C até o final do século.
"Se continuarmos golpeando a base dessa coluna instável sobre a qual estamos apoiados, a própria espécie humana estará ameaçada", disse Montgomery, ao citar os dados mais recentes sobre emissões: em 2023, o mundo lançou 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior.
O cientista alertou ainda para os riscos de um colapso climático repentino, mesmo com aumentos aparentemente moderados na temperatura global: “Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas”.
Para Montgomery, além da mitigação urgente das emissões, é necessário investir em medidas de adaptação ao novo cenário climático, especialmente devido ao impacto crescente na saúde humana. Ainda assim, ele reforça que o foco principal deve ser a contenção da crise na origem: “Isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.
O cientista integra um grupo crescente de especialistas que vêm pressionando governos e instituições a adotarem medidas mais severas e urgentes contra a crise climática. O alerta de Montgomery reforça o consenso científico de que o tempo para agir está se esgotando rapidamente — e que as consequências da inação serão não apenas ambientais, mas existenciais.
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