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Com mais de 2 mil operações na Terra Yanomami, surgimento de novos garimpos vai a zero em setembro de 2024

Ação coordenada entre governo e lideranças indígenas resulta na expressiva queda de novas áreas de garimpo ilegal, conforme dados do Censipam

Garimpo ilegal de ouro em Itaituba, no Pará 04/09/2021 (Foto: REUTERS/Lucas Landau)

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247 - O combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) atingiu uma marca significativa em setembro de 2024, quando nenhum novo garimpo foi identificado, de acordo com informações divulgadas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa. A queda no surgimento de novos garimpos tem sido constante desde a criação da Casa de Governo em Boa Vista (RR), em março de 2024, quando as operações ganharam mais força e coordenação.

Com a realização de mais de 2 mil operações até setembro de 2024, as atividades ilegais caíram drasticamente, representando uma redução de 96% na abertura de novos garimpos em comparação aos números de 2022. Desde março deste ano, apenas 37 hectares de novas áreas de garimpo foram detectados, número muito inferior aos 984 hectares registrados no mesmo período de 2022. Segundo os dados, em julho de 2024, por exemplo, apenas 2 hectares de novas áreas foram identificados, contra 186 hectares em julho de 2022.

Esses resultados positivos são fruto de uma ação integrada entre diferentes órgãos do governo e o uso intensivo de tecnologias avançadas de monitoramento, como satélites e drones, que permitiram uma vigilância mais precisa e constante da região. Além das ações de combate ao garimpo, também foram realizadas operações humanitárias e de fiscalização ambiental, fortalecendo o controle sobre a área e preservando o meio ambiente e a saúde dos povos indígenas que habitam a região.

Durante o V Fórum de Lideranças Yanomami e Ye'kwana, realizado em setembro deste ano na comunidade de Auaris, autoridades destacaram a importância da parceria entre o governo e as lideranças indígenas no combate ao garimpo ilegal. Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo, reforçou o papel das operações e da participação ativa das lideranças indígenas para a continuidade do sucesso dessas iniciativas. Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY), destacou que “a diminuição do garimpo ilegal é uma vitória para o nosso povo e para a preservação de nossa terra sagrada”.

Além de reduzir a presença de garimpeiros, as operações causaram enormes prejuízos financeiros às atividades ilegais. Até setembro de 2024, foram registrados mais de R$ 215 milhões em perdas para os garimpeiros, com a apreensão de 90 antenas Starlink, 177 embarcações, 73 armas de fogo, além de 90 mil quilos de cassiterita e 95 mil litros de óleo diesel. As autoridades também destruíram 318 acampamentos e realizaram 114 prisões. As forças de segurança realizaram 11.781 abordagens e 584 missões de fiscalização aérea, resultando em 2.042 autuações e 25 embargos, com multas que somam R$ 11,4 milhões.

O uso de tecnologia avançada, como a detecção por satélite e drones, foi essencial para o sucesso dessas operações, permitindo o mapeamento preciso de áreas de garimpo e desmatamento. Das 2.048 operações realizadas até setembro de 2024, 1.693 foram de fiscalização, 73 de reconhecimento e 32 de caráter humanitário. A maior parte das missões ocorreu por via terrestre, com 1.181 incursões, seguidas de 382 missões aéreas e 235 fluviais, cobrindo vastas áreas da TIY.

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