Fumaça das queimadas na Amazônia e no Pantanal atinge o Sul e Sudeste do país
Fenômeno é impulsionado pela onda de calor e deve persistir até chegada de frente fria na sexta-feira (23); ao menos 10 estados foram atingidos
247 - A fumaça provocada por queimadas na Amazônia e no Pantanal tem avançado pelo território brasileiro, alcançando, desde o último sábado (17), ao menos 10 estados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O fenômeno tem sido facilitado pela intensa onda de calor que afeta o país, conforme aponta o Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa. Especialistas preveem que a neblina de fumaça se mantenha até a chegada de uma frente fria na próxima sexta-feira (23), que deverá aliviar a situação, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
As queimadas na Amazônia concentram-se em áreas próximas às rodovias BR-230 e BR-163, além da região de Porto Velho (RO), enquanto no Pantanal, os focos são menos numerosos, mas não menos intensos, destaca reportagem do jornal O Globo. A fumaça liberada por essas queimadas, carregada de partículas de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, tem percorrido longas distâncias em um corredor de ar que se move do Norte para o Sul do Brasil. Henrique Bernini, pesquisador em sensoriamento remoto, explica que o fenômeno é sinal de uma situação crítica. "Para ter fumaça da Amazônia aqui, a condição lá já é extrema", afirma.
Segundo dados do monitoramento europeu, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão entre os estados mais afetados, com densas camadas de fumaça que reduziram a visibilidade em cidades como Porto Alegre. No Rio de Janeiro, a neblina de fumaça foi vista especialmente no final da tarde de domingo (18), ainda que com menor gravidade. No Sudeste, espera-se que a situação melhore com a chegada da frente fria, que ajudará a dispersar a massa de ar poluída.
A intensificação das queimadas, especialmente na Amazônia, preocupa tanto pela degradação ambiental quanto pelos riscos à saúde pública. Em Manaus, por exemplo, a qualidade do ar foi classificada como "ruim" e "muito ruim" na última semana, com relatos de agravamento de doenças respiratórias. Além disso, o aumento dos focos de incêndio tem relação direta com o aquecimento global, criando um ciclo vicioso de florestas mais secas e suscetíveis a novas queimadas.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, de janeiro a julho, a Amazônia registrou 24.462 focos de fogo, o maior número desde 2005. O governo federal tem atuado no combate às queimadas com um efetivo reforçado de 890 profissionais, além de aeronaves e embarcações, mas os desafios permanecem grandes.
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