Aliada de primeira hora da ditadura militar, Globo fez campanha implacável contra Brizola em sua história
Aliada de primeira hora da ditadura militar, Globo fez campanha implacável contra Brizola em sua história
247 – A trajetória política de Leonel Brizola foi marcada por uma resistência feroz ao poder econômico e midiático no Brasil, especialmente ao grupo Globo. A emissora, aliada de primeira hora da ditadura militar instaurada em 1964, travou uma guerra aberta contra Brizola, tentando minar sua influência política e impedir que ele chegasse ao governo do Rio de Janeiro. No entanto, mesmo com uma das campanhas mais agressivas já vistas na imprensa brasileira, a Globo não conseguiu impedir sua eleição e ainda foi obrigada, pela Justiça, a conceder um direito de resposta inédito na televisão.
Desde os anos 1960, Brizola representava um dos maiores desafios para os interesses da elite econômica e dos Estados Unidos no Brasil. Sua defesa da soberania nacional e das reformas de base, aliada à sua posição contrária à entrega do patrimônio público, fizeram dele um alvo prioritário da ditadura e de seus apoiadores na mídia, como revelam os documentos secretos sobre o assassinato de John F. Kennedy.
Durante os anos de chumbo, a Globo consolidou-se como a principal aliada do regime, utilizando seus telejornais e editoriais para deslegitimar qualquer figura que representasse um risco à continuidade do modelo imposto pelos militares.
A campanha contra Brizola e a derrota da Globo
Com a redemocratização, Brizola retornou do exílio e enfrentou um cenário político hostil, no qual a Globo manteve sua linha editorial agressiva contra ele. O ápice dessa perseguição ocorreu na eleição para o governo do Rio de Janeiro em 1982, quando a emissora utilizou reportagens e editoriais para atacá-lo sistematicamente. Mesmo assim, Brizola venceu a disputa e tornou-se governador, impondo uma derrota histórica ao império midiático de Roberto Marinho.
A resistência da Globo ao brizolismo, no entanto, não parou por aí. Já no governo, ele teve que lidar com constantes campanhas de difamação. O confronto atingiu seu ponto mais alto quando a emissora tentou manipular informações sobre o governo Brizola para prejudicá-lo politicamente. A situação chegou ao limite quando a Globo foi obrigada pela Justiça, em 1994, a conceder um direito de resposta ao governador, um episódio que se tornou um marco na luta contra a manipulação midiática no Brasil.
No histórico direito de resposta, exibido em horário nobre, Brizola desmascarou a postura tendenciosa da emissora e denunciou sua perseguição sistemática. Em sua fala, ele destacou a parcialidade da Globo e sua relação com os interesses econômicos que sempre combateram qualquer projeto nacionalista e popular. Foi um dos momentos mais emblemáticos da televisão brasileira, no qual um político teve a chance de rebater, ao vivo, os ataques de uma das maiores redes de comunicação do país. Reveja:
Um líder acima da manipulação
Mesmo com a campanha implacável da Globo, Brizola consolidou-se como uma das figuras mais influentes da política nacional. Seu legado inclui a luta pela educação pública, a criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), sua resistência à privatização de empresas estratégicas e sua defesa intransigente da soberania brasileira.
Até o fim de sua vida, Brizola jamais cedeu à pressão da mídia ou dos interesses estrangeiros. Sua trajetória prova que, apesar do monopólio da informação, a força de um líder popular pode superar qualquer campanha de difamação. Seu embate com a Globo ficou registrado na história como um exemplo de coragem e determinação em defesa do Brasil e de seu povo.
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