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    Folha abre espaço para Bolsonaro, que tentou golpe de estado, dar “aula de democracia”

    Jornal se coloca na vanguarda da defesa do fascismo no Brasil

    Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

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    247 – Nesta segunda-feira, 11 de novembro, a Folha de S.Paulo se colocou na vanguarda do fascismo brasileiro, ao abrir espaço para um artigo de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e protagonista central da crise democrática que culminou com a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. A ação, que envolveu a invasão das sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, incluía a prisão do ministro Alexandre de Moraes e até mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, agora próximo de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder dessa ofensiva contra as instituições democráticas, busca reposicionar sua imagem com discursos que se apresentam como uma defesa da democracia.

    No artigo intitulado “Aceitem a democracia”, Bolsonaro tenta resgatar seu papel como líder da direita brasileira, argumentando que as recentes eleições em diferentes partes do mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Argentina, de Donald Trump e Javier Milei, mostram uma "onda conservadora" irreprimível. Ele afirma que onde o povo tem sido convocado a opinar, opta por "ordem, progresso, liberdade econômica e de expressão, respeito às famílias e à religião". Em sua visão, a direita resiste heroicamente contra um "aparelhamento midiático" que tenta silenciar esses valores.

    Bolsonaro ainda critica a esquerda, apontando que ela seria incapaz de aceitar resultados eleitorais desfavoráveis, citando, entre outros exemplos, a situação na Venezuela e a reação ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. “A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda”, escreve ele, invertendo narrativas e rebatendo críticas que ele próprio enfrenta há anos.

    O ex-presidente, que sempre buscou se posicionar como um bastião contra o que chama de “ameaças autoritárias”, insiste em um argumento que soa irônico: a defesa da liberdade e do povo. Mesmo com as crescentes evidências e acusações formais, Bolsonaro segue afirmando que a direita é a verdadeira portadora dos anseios populares e acusa a esquerda de querer "fraudar" ou "reprimir" tais vontades. Para muitos, a publicação desse artigo em um dos principais jornais do país, que outrora se apresentou como crítico do bolsonarismo, representa uma escolha editorial que pode ser interpretada como um endosso cada vez mais explícito ao retorno da extrema-direita.

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