Global Times responsabiliza os Estados Unidos pela catástrofe humanitária em Gaza
Veto norte-americano a cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU isola Washington e prolonga crise humanitária com mais de 44 mil mortos
247 – Em editorial publicado pelo Global Times, a posição dos Estados Unidos frente à crise humanitária em Gaza foi duramente criticada, destacando o isolamento diplomático do país e seu papel como "criador de desastres humanitários". A matéria enfatiza que, na última quarta-feira, os EUA vetaram pela quarta vez uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que buscava estabelecer um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na região. A resolução, proposta pelos 10 membros não permanentes do Conselho, incluía também a libertação imediata de todos os reféns.
Apenas os EUA votaram contra a medida, deixando-os isolados entre os 15 membros do Conselho. "Quantas vidas mais em Gaza serão necessárias para despertar a consciência de Washington?", questiona o editorial. Até o momento, estima-se que mais de 44 mil pessoas tenham morrido, enquanto quase 2,4 milhões de moradores de Gaza estão deslocados, enfrentando uma crise humanitária sem precedentes.
O texto aponta que, como membro permanente do Conselho de Segurança, os EUA deveriam zelar pela paz e estabilidade globais, mas que o abuso de seu poder de veto tem minado os esforços internacionais pela resolução do conflito. Países aliados como França e Reino Unido manifestaram abertamente sua insatisfação com a postura norte-americana. Nicolas de Rivière, representante francês na ONU, declarou: "Há uma urgência óbvia em implementar um cessar-fogo imediato e incondicional. É a única forma de proteger os civis e garantir a entrega massiva de ajuda humanitária".
Especialistas ouvidos pelo Global Times, como Niu Xinchun, diretor executivo do Instituto de Pesquisa China-Árabe da Universidade de Ningxia, destacaram que o apoio incondicional dos EUA a Israel tem causado divisões internas e afastado aliados históricos. A reportagem ainda cita o The New York Times, que reconheceu o isolamento diplomático dos EUA em relação ao conflito.
A posição dos EUA, que insiste em precondições para um cessar-fogo, é vista como uma permissão tácita para a continuidade das operações militares israelenses. Segundo o editorial, essa abordagem transforma o Conselho de Segurança em um órgão disfuncional e fragiliza sua credibilidade como instância internacional.
O Global Times conclui que os EUA perderam não apenas sua liderança e credibilidade, mas também agravaram sua imagem internacional. "Em meio a mortes, pobreza e uma crise humanitária profunda, a indiferença norte-americana questiona seus valores proclamados de direitos humanos e justiça", ressalta o texto.
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