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"Governo Lula melhorou muitas coisas, mas o Brasil segue dividido", diz Mário Kertész

Jornalista afirma que a luta é desigual e que a extrema-direita opera a partir do ódio e da mentira

Lula e Mario Kertész (Foto: Agência Brasil)

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247 – Em uma entrevista franca ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, Mário Kertész, ex-prefeito de Salvador e renomado jornalista da Rádio Metrópole, refletiu sobre os desafios atuais do Brasil e o impacto do governo Lula 3. "O governo Lula melhorou muitas coisas, mas o Brasil continua dividido", afirmou Kertész, destacando tanto os avanços quanto os obstáculos que ainda marcam a trajetória do país.

Kertész, que começou sua carreira na comunicação em 1994 na Rádio Cidade, depois transformada na Rádio Metrópole, relembrou o papel crucial que desempenhou na quebra do monopólio de Antônio Carlos Magalhães, o ACM, na comunicação baiana. "Lula só tinha espaço na Bahia comigo, na Rádio Cidade, quando entrei na rádio, em 1994", disse ele. Esse espaço foi fundamental para o fortalecimento da voz de Lula na região, especialmente durante a campanha de 2002, quando Kertész voluntariamente coordenou o programa de rádio do então candidato.

Com uma vasta experiência no jornalismo e uma profunda admiração por Lula, a quem já entrevistou cerca de vinte vezes, Kertész expressou preocupação com o isolamento do presidente. "Sinto que Lula está isolado demais, solitário demais. Nos primeiros mandatos, ele estava mais cercado," comentou. Apesar dos esforços do governo, Kertész acredita que o país ainda enfrenta uma divisão significativa alimentada pelo ódio e pelas fake news promovidas pela extrema-direita.

"A luta é muito desigual. A direita trabalha com fake news e ódio", observou, ressaltando a importância de combater a desinformação e o discurso de ódio que proliferam nas redes sociais. Kertész também destacou a necessidade de atenção à eleição municipal, que considera um prelúdio crucial para as eleições de 2026. "Me preocupa muito a eleição municipal. Ela é o prelúdio de 2026, quando vamos eleger deputados, dois terços do senado, deputados e presidente", alertou.

A entrevista também abordou a perspectiva internacional e o papel crescente da China nas transições globais. "Estamos vivendo uma grande transição internacional e o grande ator se chama China", afirmou Kertész, enfatizando a importância de reconhecer e adaptar-se a essas mudanças no cenário mundial.

Aos 80 anos, Kertész continua ativo e comprometido com o jornalismo, afirmando que a aposentadoria não está em seus planos. "Aos 80 anos, eu não penso em me aposentar. Se eu me aposentar, eu morro", disse ele, demonstrando sua paixão pela comunicação.

Kertész concluiu a entrevista refletindo sobre os ciclos históricos e a fragilidade da democracia. "A história tem ciclos e momentos em que a democracia fica muito fraca. Estamos num desses períodos", ponderou, destacando a necessidade de vigilância e ação para fortalecer as instituições democráticas do país. Assista:

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