TV 247 logo
    HOME > Mídia

    Imprensa europeia repercute condenação de assassinos de Marielle Franco

    Jornal francês Le Monde, o britânico The Guardian e o espanhol El País destacam a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz

    Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz (Foto: Mídia NINJA | Reprodução)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    RFI - O jornal francês Le Monde, o britânico The Guardian e o espanhol El País destacam a condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os executores do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes. Eles foram condenados, nesta quinta-feira (31), a 78 e 59 anos de prisão, após dois dias de julgamento.

    O Le Monde destaca a declaração da juíza Lúcia Glioche ao fim do julgamento. "A justiça por vezes é lenta, cega, burra, mas chega", disse a magistrada após receber a decisão do júri popular, que ouviu na véspera vários depoimentos, entre eles os dos assassinos confessos.

    Após ouvirem a sentença, familiares de Marielle e Anderson se abraçaram e choraram na sala do tribunal, no Rio de Janeiro. "A gente segue a luta para derrotar o que assassinou a Marielle, que é essa violência do Rio de Janeiro. Que é essa violência política, pelo fato de ser uma mulher negra, favelada. Os seus assassinos acharam que seu corpo era descartável", declarou Mônica Benício, viúva de Marielle e hoje vereadora.

    O crime teve um enorme impacto no Brasil e no exterior e trouxe à tona o poder do crime organizado e das milícias no Rio, lembra o Le Monde. “Os grupos paramilitares semeiam o terror e monopolizam as terras para aumentar ilegalmente seu patrimônio imobiliário. Marielle Franco se posicionou contra a ação das milícias e fez campanha contra a violência policial”, diz o jornal.

    O Ministério Público havia pedido a pena máxima, de 84 anos, para os ex-policiais militares Lessa e Queiroz. Lessa, que admitiu ter metralhado Marielle de dentro de um veículo dirigido por Queiroz, foi condenado a 78 anos e 9 meses, e seu cúmplice, a 59 anos e 8 meses. Lessa cumprirá 13 anos de prisão e Queiroz, sete, que se somam aos já cumpridos desde 2019.

    "Consolo para a família e apoiadores" - “O veredito de quinta-feira é um consolo para sua família e apoiadores, mas marcou apenas o primeiro passo em direção à justiça: um segundo julgamento ainda está por vir para os homens acusados de ordenar a morte de Franco”, lembra o britânico The Guardian, que também deu destaque à notícia.

    O caso contra os supostos autores intelectuais – dois políticos influentes do Rio, Domingos e Chiquinho Brazão, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de polícia – está em andamento no Supremo Tribunal Federal e ainda não há data para o julgamento.  

    Durante seu depoimento de ontem, que aconteceu por videoconferência da prisão, Lessa disse que ficou "cego" e "louco" com a oferta milionária que recebeu para executar o assassinato, supostamente motivado pela luta da vereadora contra o crime organizado no Rio de Janeiro.

    Para as famílias das vítimas, o julgamento dos executores é apenas o começo da batalha para que a justiça seja feita e os responsáveis sejam punidos, diz o El País.

    O próximo passo será que os irmãos Brazão, que estiveram na mira da polícia desde o início, sejam julgados e condenados. A Human Rights Watch enfatizou em nota que essa dupla condenação pelo crime "é muito importante para garantir a justiça. É fundamental que o Ministério Público reúna provas para condenar também os mandantes."   

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados