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Internautas massacram Roberto Campos Neto após corte de apenas 0,25 ponto percentual na Selic

'Bolsonarista lesa-pátria do Banco Central. O objetivo desse c*** é a inviabilização do governo Lula', escreveu um perfil

Roberto Campos Neto (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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247 - Internautas massacraram o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao BC, diminuir o ritmo de redução da Selic, a taxa básica de juros, que ficará em 10,50% ao ano.

"Campos Neto evidentemente sabota o país e o governo!", escreveu um perfil na rede social X. Outros internautas acusaram o presidente do Banco Central de ser apoiador de Jair Bolsonaro (PL).

"Fora Campos Neto!! Bolsonarista lesa-pátria do Banco Central. O objetivo desse canalha é a inviabilização do governo Lula, impedindo o deslanche da economia". "Sempre foi e sempre será bolsonarista. Sabotador geral", publicou outra pessoa na mesma rede social.

 

 

Saiba mais: 

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - A decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deliberou por 5 votos a 4 cortar a Selic em 25 pontos-base, tende a elevar a volatilidade no mercado de juros futuros na quinta-feira, sem que haja clareza neste momento sobre como se darão os ajustes na curva a termo, afirmaram profissionais ouvidos pela Reuters.

Todos os cinco dirigentes que votaram por corte de 25 pontos-base nesta quarta-feira foram indicados pelo governo anterior, enquanto os quatro diretores que defenderam corte de 50 pontos-base foram indicados pela administração Lula. Este fato, na visão de economistas do mercado, escancara a divisão dentro do Copom para reuniões futuras.

Outro ponto que chamou a atenção foi a retirada do "forward guidance", ou sinalização futura, para a próxima reunião. Na prática, ao não sinalizar o que pretende fazer, o BC torna-se mais dependente dos dados e do cenário em geral.

“Como a gente vinha com uma comunicação que indicava o próximo passo, o que tirava a volatilidade, isso agora não existe. Entramos no modo de ajuste fino, em que o BC absorve informações e decide o que fazer”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, logo após a decisão do Copom.

Segundo ele, é possível pensar em cenários em que a Selic vai parar no atual nível, de 10,50% ao ano; vai cair ainda mais, embora permanecendo em dois dígitos; ou que ainda vai recuar para abaixo de 10%.

Em função disso, conforme Serrano, pode haver mais volatilidade no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta quinta-feira, “porque podem surgir opiniões muito distintas em relação a esta reunião”.

“Não consigo dizer exatamente qual será o movimento (da curva) nesta quinta”, acrescentou.

O economista-chefe na Way Investimentos, Alexandre Espirito Santo, também chamou atenção para a divisão entre os dirigentes do BC, o que segundo ele deve ampliar as críticas do governo sobre a autarquia e, em especial, sobre o presidente Roberto Campos Neto -- que deu o voto de minerva pelo corte de apenas 25 pontos-base. No Copom, o presidente do BC é o último a votar.

“É provável que o mercado vá mudar para números mais altos (da Selic terminal). O corte de 25 pontos estava mais ou menos incorporado (à curva de juros), mas ainda deve haver um resíduo de ajuste nesta quinta-feira, porque pode ser que o mercado mude (as apostas na Selic terminal) ainda mais para cima”, afirmou Espirito Santo.

“Mas o mercado vai repensar um pouco. Vai ser um dia meio tenso, de volatilidade, pelo menos no início”, acrescentou.

A divisão desta quarta-feira também ampliará as discussões sobre o perfil do Copom a partir de 2025 -- quando Campos Neto será substituído por um nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deste modo, a partir de janeiro os indicados por Lula serão finalmente maioria no colegiado. Isso também tende a se refletir na curva de juros nesta quinta-feira.

“Há uma unanimidade entre os novos diretores, mostrando talvez um alinhamento mais dove (brando com a inflação) -- mais para juros mais baixos -- na cabeça dos novos diretores, que vão eventualmente assumir o comando do BC quando os velhos diretores saírem, especialmente o Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro”, pontuou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes.

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