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    "Todos os caminhos levam a Bolsonaro", aponta Cantanhêde

    Jornalista aponta para o chefe da organização golpista: Jair Bolsonaro

    (Foto: Reprodução/Youtube | Cesar Itiberê/PR | Isac Nóbrega/PR)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – A jornalista Eliane Cantanhêde, em artigo publicado no jornal Estado de S. Paulo, fez sua análise sobre as investigações da Polícia Federal (PF) em torno da tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. O inquérito, que já ultrapassou 800 páginas, aponta para um esquema detalhado de financiamento e execução de um plano que visava prender ou até mesmo eliminar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    De acordo com as apurações da PF, reveladas por Cantanhêde, o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, teria sido o responsável por providenciar os recursos para a operação. Braga Netto foi preso, tornando-se o primeiro general detido no período pós-redemocratização. O relatório também aponta a participação do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, que agia como elo entre os golpistas e o ex-presidente.

    O plano golpista: "Punhal Verde e Amarelo"

    O relatório da PF detalha que, em 8 de novembro de 2022, os envolvidos discutiram um plano operacional para prender ou assassinar Moraes. O documento, intitulado "Punhal Verde e Amarelo", foi finalizado no dia seguinte, impresso no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro e Cid estavam presentes.

    Nos dias seguintes, o major Rafael Martins de Oliveira e Mauro Cid ajustaram os detalhes da operação diretamente com Braga Netto, em reuniões realizadas na casa do general. Uma mensagem trocada entre os envolvidos em 14 de novembro revela a tentativa de financiar a operação, com Cid prometendo disponibilizar R$ 100 mil para despesas iniciais.

    "Todos os caminhos levam a Bolsonaro"

    A investigação questiona a origem do dinheiro utilizado na articulação do plano golpista. A hipótese inicial sugere que os recursos vieram do Partido Liberal (PL), presidido por Valdemar Costa Neto, ou do setor agroindustrial. Segundo o relatório, Braga Netto teria transportado a quantia em uma mala de vinho.

    Cantanhêde destaca que, para a PF, "todos os caminhos levam a Bolsonaro". Cid teria transmitido ordens em nome do ex-presidente às tropas, enquanto Braga Netto organizava o financiamento da operação. As evidências reforçam o papel de Bolsonaro como figura central na trama antidemocrática.

    Contexto histórico e desdobramentos

    A prisão de Walter Braga Netto marca um episódio histórico: é a primeira vez que um general de quatro estrelas é detido desde a redemocratização do Brasil. A PF agora avança na busca por novos depoimentos e provas, incluindo a atuação de outros nomes importantes no esquema golpista.

    Com os desdobramentos da investigação, Bolsonaro e seu círculo mais próximo enfrentam um cerco jurídico cada vez maior, colocando em xeque as estratégias de defesa do ex-presidente e de seus aliados.

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