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    A Ucrânia poderia aceitar não ingressar na Otan, desde que tivesse garantias de segurança, afirma diplomata

    Representante ucraniano na ONU diz que conta com possibilidade de ajuda da Europa para garantir segurança

    Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursa no Parlamento Europeu em Bruxelas; REUTERS (Foto: Alain Rolland/União Europeia 2023/Divulgação via REUTERS)

    247 - O principal objetivo de Kiev no momento é obter garantias de segurança significativas, que não estejam necessariamente vinculadas à adesão do país à Otan, disse Andrey Melnik, recém-nomeado embaixador da Ucrânia na ONU. O diplomata fez essas declarações em entrevista publicada pelo jornal alemão Berliner Morgenpost na sexta-feira (27).

    Desde a escalada do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a liderança de Kiev tem consistentemente apontado a adesão ao bloco militar liderado pelos EUA como uma de suas principais prioridades. A Rússia, por sua vez, destacou a ameaça de infraestruturas militares da OTAN surgirem em sua fronteira ocidental como uma das razões para iniciar sua operação especial contra a nação vizinha.

    “A adesão à Otan continua na pauta para a Ucrânia”, afirmou Melnik. Ele esclareceu, no entanto, que “a questão das garantias de segurança como uma solução provisória é central”.  O diplomata enfatizou que quaisquer acordos desse tipo devem ir além de meras promessas políticas, como as feitas a Kiev no Memorando de Budapeste de 1994. No acordo, a Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear em troca de garantias de segurança oferecidas pelos EUA, Reino Unido e Rússia.

    O embaixador ucraniano observou que “nossos parceiros devem detalhar minuciosamente qual assistência militar ofereceriam rapidamente para defender a Ucrânia caso ela seja atacada novamente pela Rússia.” Melnik disse ao jornal que tanto acordos bilaterais quanto multilaterais poderiam ser considerados, desde que sejam vinculativos sob o direito internacional.

    “Esses também poderiam fazer parte de um eventual grande tratado de paz com a Rússia,” acrescentou o diplomata ucraniano.

    Melnik também desconsiderou previsões de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, poderia reduzir drasticamente ou encerrar o auxílio de Washington a Kiev. Ele concordou com o republicano, no entanto, que os estados membros europeus da Otan deveriam assumir a liderança em termos de defesa própria e assistência militar à Ucrânia. O embaixador expressou esperança de que o líder da União Democrata-Cristã da Alemanha, Friedrich Merz, apontado por muitos como futuro chanceler, seguisse o conselho de Trump.

    O diplomata ucraniano insistiu em que os países europeus membros da Otan são suficientemente ricos e podem gastar muito mais em defesa.

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