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      Agricultores dos EUA temem falências em meio a guerra comercial com a China

      Produtores de soja pressionam governo Trump por negociações, enquanto tarifas chinesas favorecem exportações brasileiras

      Soja (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China tem gerado apreensão entre os produtores de soja norte-americanos, que veem suas exportações ameaçadas e alertam para o risco de falências em massa. A reportagem é de Jamil Chade, publicada pelo UOL neste domingo (13).​

      A China, principal destino da soja dos EUA, com compras anuais superiores a US$ 15 bilhões, impôs tarifas adicionais de 34% sobre produtos norte-americanos, em retaliação às medidas adotadas pelo presidente Donald Trump. Com isso, as tarifas totais sobre a soja americana podem ultrapassar 145%, tornando o produto menos competitivo no mercado chinês. 

      Caleb Ragland, presidente da Associação Americana da Soja (ASA) e produtor no Kentucky, expressou preocupação:​

      "A escalada contínua das tarifas com a China é preocupante para os produtores de soja, pois a China é um mercado de exportação essencial para a soja dos EUA."​

      Ragland também alertou para os efeitos prolongados do conflito:​

      "Corremos o risco de sofrer impactos imediatos nesta safra, juntamente com os impactos que uma guerra comercial prolongada com a China causará em nosso setor mais uma vez."​

      A ASA solicita que o governo dos EUA e a China suspendam as tarifas e iniciem negociações para resolver as disputas comerciais, preservando os mercados dos quais os produtores dependem. A entidade teme que a manutenção da guerra comercial leve um número significativo de fazendeiros à falência. ​

      Em resposta à crise, a ASA e a Associação de Produtores de Soja de Iowa (ISA) propõem o aumento de subsídios federais para mitigar os prejuízos. Durante seu primeiro mandato, Trump destinou US$ 23 bilhões em subsídios ao setor agrícola como compensação pelas perdas comerciais. Brent Swart, presidente da ISA, destacou:​

      Paralelamente, o Brasil tem se beneficiado da situação. Com uma safra recorde, o país aumentou suas exportações de soja para a China. Em março, as vendas brasileiras para o mercado chinês cresceram 16,5% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto as compras chinesas dos EUA diminuíram. ​

      No entanto, especialistas alertam para limitações na infraestrutura logística brasileira, que podem restringir a capacidade de atender à demanda chinesa crescente. Thiago Péra, coordenador do Esalq-Log da USP, observa que o Brasil possui capacidade de armazenagem entre 60% a 70% da produção de grãos, inferior aos 150% dos EUA, o que pode gerar gargalos no escoamento da safra. ​

      Enquanto isso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu em 1,3% sua previsão de estoques finais de soja para a safra 2024/25, indicando uma demanda mais fraca. A estimativa atual é de 10,21 milhões de toneladas. ​

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